União Europeia aumenta para 1 bilhão de euros auxílio à Ucrânia

 
Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram, na quarta-feira (23), o envio de mais 500 milhões de euros adicionais em ajuda à Ucrânia, aumentando para 1 bilhão de euros os repasses a Kiev dos recursos do Fundo Europeu para a Paz.

O 28º dia da guerra na Ucrânia também foi marcado pela expulsão de diplomatas dos Estados Unidos de Moscou e de ucranianos de Belarus, pelo bombardeio de um shopping em Kiev, pelo rompimento com o Kremlin de um alto político russo e por discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao Parlamento francês.

O novo pacote de ajuda aprovado pela UE ocorre às vésperas da cúpula de líderes europeus com o presidente dos EUA, Joe Biden, para discutir o conflito nesta quinta-feira, em Bruxelas.

“Os 500 milhões de euros adicionais do Fundo Europeu para a Paz são outro sinal do apoio da UE às forças armadas ucranianas para defender o seu território e a sua população”, disse Josep Borrell, presidente do Parlamento Europeu.

A assistência europeia, com duração prevista de 12 meses, visa financiar o fornecimento de equipamento e de materiais de proteção pessoal, kits de primeiros socorros, combustível e plataformas militares para fornecer força letal para fins defensivos.

Também nesta quarta-feira, a Alemanha e a Suécia anunciaram que estão enviando milhares de armas antitanque adicionais para o exército ucraniano.

 
Expulsão de diplomatas

A Rússia decidiu expulsar um número não especificado de diplomatas dos EUA em retaliação à expulsão de 12 membros da missão diplomática russa junto à ONU.

Por sua vez, Belarus, aliada da Rússia, informou nesta quarta-feira que está expulsando a maioria dos diplomatas ucranianos que trabalham no país.

“Desde 2020, Belarus tem visto muitas ações hostis da Ucrânia visando a destruição irresponsável de relações interestatais com nosso país, contatos comerciais e laços de longa data”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores bielorusso, Anatoly Glaz.

A expulsão significa que apenas o embaixador da Ucrânia e quatro diplomatas continuarão trabalhando em Minsk, em comparação com mais de 20 pessoas atualmente na embaixada.

Aliado renuncia e rompe com Putin

Anatoly Chubais, o arquiteto das reformas econômicas pós-soviéticas da Rússia, rompeu com o Kremlin e deixou o país, informou nesta quarta-feira a agência de notícias Reuters. Trata-se da primeira autoridade de mais alta posição a deixar o governo russo em razão do conflito na Ucrânia.

Uma fonte próxima a Chubais disse à agência de notícias russa TASS que o homem de 66 anos, que por vezes criticou as ações do presidente russo, Vladimir Putin, deixou o país – informação que não foi confirmada pelo Kremlin.

“Chubais renunciou de acordo com seu próprio desejo. Mas se ele saiu ou não [do país], isso é assunto pessoal dele”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência de notícias estatal RIA Novosti. Peskov não explicou os motivos da renúncia de Chubais, e o político não fez uma declaração pública.

Chubais é economista e atuou como chefe de gabinete do ex-presidente Boris Yeltsin, o primeiro a governar a Rússia após a dissolução da União Soviética.

Ele supervisionou as reformas liberais de livre mercado na década de 1990, após a queda da União Soviética, incluindo uma iniciativa de privatização, motivo pelo qual permaneceu altamente impopular na Rússia.

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