Os pilotos da companhia aérea Lufthansa decidiram nesta segunda-feira (5) realizar uma nova greve por melhores salários, dias após as paralisações que resultaram no cancelamento de mais de 800 voos, afetando em torno de 130 mil passageiros.
O sindicato alemão dos pilotos “Vereinigung Cockpit” (VC) anunciou uma paralisação de dois dias de duração com início marcado para esta quarta-feira, quando entrarão em greve os pilotos da Lufthansa Cargo. Na quinta-feira será a vez dos pilotos dos voos de passageiros.
De acordo com a própria Lufthansa, os prejuízos da greve da última sexta-feira (2) foram de 32 milhões de euros.
Uma nova rodada de negociações com os representantes dos pilotos deverá ocorrer nesta terça-feira. “A greve somente poderá ser evitada se houver uma proposta séria por parte da empresa”, afirmou o porta-voz da VC, Matthias Baier. As subsidiárias da Lufthansa, como Eurowings, Swiss, Brussels e Austrian, não serão afetadas.
O sindicato mudou somente um detalhe de sua proposta perante o Tribunal Trabalhista de Munique, que avalia as demandas da categoria.
Após os juízes apresentarem questionamentos legais ao proposto ajuste automático para a inflação a partir do ano que vem, foi introduzida uma proposta de uma tarifa básica de ajuste inflacionário, no valor de 8,2%.
O VC exige ainda para este ano um aumento de 5,5% nos salários, além de uma nova planilha salarial e mais dinheiro a ser pago nos dias de licença médica, férias e treinamento, além de melhores condições para os pilotos em início de contrato.
A Lufthansa alega que as exigências do sindicato aumentariam suas despesas em 40% – em torno de 900 milhões de euros (4,6 bilhões de reais) – nos próximos dois anos.
A companhia ofereceu um aumento de 900 euros no salário mensal em duas etapas, durante um período de 18 meses. Isso, segundo a empresa, resultaria em um aumento de 18% para os pilotos recém-contratados e de 5% para os que estão há mais tempo.
Em julho, a Lufthansa chegou a um acordo salarial com os aeroviários – os funcionários em terra – para impedir novas greves, após uma paralisação que levou ao cancelamento de mais de mil voos. (Com Deutsche Welle e DPA)
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