Agressão de seguranças de Maduro a jornalistas brasileiros mostra que Lula errou ao exaltar ditador

 
Quando o então presidente George W. Bush, dos Estados Unidos, veio ao Brasil em visita oficial, em 2007, o que se viu em termos de autoritarismo foi escandaloso. No hotel em que Bush ficou hospedado em Brasília, seu entourage ousou decretar que o local era parte do território americano, portanto os hóspedes do complexo hoteleiro deveriam respeitar as regras absurdas impostas por agentes truculentos.

O editor do UCHO.INFO residia em flat no mesmo complexo e se recusou a respeitar as regras, que na verdade configuravam invasão de privacidade e desrespeito ao direito constitucional e ir e vir. Hospedados com semanas de antecedência, agentes do serviço secreto norte-americano invadiam os computadores dos hóspedes à procura de alguma eventual ameaça, até que o editor decidiu enfrentá-los, exigindo providências por parte da administração do local.

A soberania brasileira deve ser respeitada por qualquer visitante estrangeiro, sem que haja espaço para exceções. Quem não quiser aceitar as regras de soberania que não venha ao País. É simples e fácil.

Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu exaltar a presença do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, em território brasileiro, depois de oito anos de ausência forçada, o UCHO.INFO afirmou que o petista errara sobejamente. Aduladores de Lula saíram em sua defesa na mídia, alegando que se tratava de um gesto para ampliar as relações internacionais do País, que tornou-se um pária global na gestão do golpista Jair Bolsonaro.

Lula abusou do devaneio ideológico ao afirmar que Nicolás Maduro deveria rever a própria narrativa para que o restante do mundo enxergasse a Venezuela com outros olhos, que não os de reprovação sistemática. Tentar camuflar uma ditadura escancarada com leguleios discursivos é um atentado à nossa democracia e ao bom-senso da população.

 
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Por conta da descabida declaração, Lula foi criticado pelo uruguaio Luis Lacalle Pou e pelo chileno Gabriel Boric, que participaram do encontro de líderes sul-americano, gerando indignação entre os aduladores do ex-metalúrgico. Normalizar ditaduras não tem espaço no cotidiano nacional, especialmente quando o ditador se cala diante das agressões físicas de seus seguranças contra jornalistas brasileiros.

Muito pior do que a truculência dos brutamontes venezuelanos foi a complacência criminosa dos agentes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), que só resolveram agir depois que a jornalista Delis Ortiz, da Rede Globo, e outro jornalista do jornal “O Globo” foram agredidos por terem se aproximado de Maduro durante entrevista.

Faz-se necessário ressaltar que a segurança de chefes de Estado em visita ao Brasil é de competência das forças nacionais, não de uma guarda pretoriana acostumada a usar a violência contra os adversários e oposicionistas de um ditador bufão que se mantém no cargo à sombra de acordos com políticos criminosos, muitos dos quais envolvidos no tráfico internacional de drogas.

A agressão aos jornalistas brasileiros é mais um motivo para o presidente Lula fazer um “mea culpa” e, ato contínuo, condenar a truculenta ditadura comandada por Maduro. Manter relação pessoal e ideológica com Nicolás Maduro é um direito de Lula, que como presidente da República tem o dever de condenar regimes autoritários.

Maduro já foi acusado por diversos organismo internacionais por crimes contra a humanidade, mas os alienados da esquerda verde-loura preferem não enxergar o óbvio. O uso de milícias contra segmentos da população venezuelana que fazem oposição a Maduro não pode ser considerado como instrumento da democracia. Lula ainda pode se redimir!


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