Sem explicação – “Se eu não entendo de banco, pra que eu vou ficar com o banco”. Assim o empresário Silvio Santos respondeu aos jornalistas na noite de segunda-feira (31), em São Paulo, sobre a venda do Banco Panamericano ao BTG Pactual, confirmando notícia aqui publicada logo após o Fundo Garantidor de Crédito aportar R$ 2,5 bilhões na instituição financeira que foi alvo de fraude contábil.
A situação do Panamericano tornou-se ainda mais complicada com a divulgação na última semana de que o rombo poderia ser maior do que fora anunciado, chegando a R$ 4 bilhões. Conhecido no mercado financeiro por operações ousadas e agressivas e também por adquirir empresas em dificuldade e posteriormente revendê-las, o banco de investimentos BTG Pactual confirmou por meio de nota que pagou R$ 450 milhões por 51% das ações do Panamericano. Os outros 49% das ações pertencem à CaixaPar, braço da Caixa Econômica Federal, que entro no negócio sem detectar a fraude.
A venda do Banco Panamericano permite ao empresário Silvio Santos ter seu patrimônio liberado, anteriormente dado como garantia do empréstimo ao Fundo Garantidor de Crédito. Acontece que a transação não sepulta a necessidade de uma explicação convincente, pois se uma fraude contábil no valor de R$ 4 bilhões existiu é porque um valor idêntico foi desviado. E cabe ao Banco Central cobrar as explicações, com a ajuda da Polícia Federal.