Mercadante condenou a aprovação continuada em SP, mas Dilma Rousseff adota prática idêntica

Discurso duplo – Quando disputou o governo paulista em 2010, o irrevogável Aloizio Mercadante, agora incipiente ministro de Ciência e Tecnologia, do palanque condenou com veemência a aprovação continuada, prática adotada pelo governo de São Paulo na rede pública de ensino. Tal método de evolução educacional imposto ao aluno em nada contribui para a formação do cidadão, que em futuro não tão distante estará no comando de uma nação que cada vez mais se torna refém do despreparo e baixo nível cultural e intelectual de seus governantes.

Se durante a recente campanha eleitoral rumo ao Palácio dos Bandeirantes o ucho.info fez críticas ao discurso barato e populista de Aloizio Mercadante, em nenhum momento reprovamos o seu discurso sobre a aprovação continuada, que na opinião dos jornalistas deste site é laurear o ócio do aprendizado.

Como nos últimos oito anos os petistas se especializaram em contrariar o próprio discurso, não causou espécie o fato de o PT, palaciano ou não, adotar um silêncio vergonhoso diante da decisão do ministro da Educação, Fernando Haddad, de nos dias derradeiros da era Lula da Silva referendar recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE) que decreta o fim da reprovação nos três primeiros anos do ensino fundamental, ao mesmo tempo em que cria o Ciclo de Alfabetização e Letramento. Já neste primeiro semestre, os diretores e administradores de escolas de todo o País poderão decidir se adotam a recomendação anuída por Haddad, ou se mantêm o sistema atual que prevê a reprovação seriada. Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda argumenta que a decisão foi tomada porque muitas crianças são reprovadas ainda no primeiro ano escolar.

Querer que Aloizio Mercadante, que se acovardou diante de uma carraspana de Lula e acabou revogando o irrevogável, venha a público para um mea culpa e assumir a própria incoerência é sonhar com o impossível, mas pelo menos alguém do PT poderia reconhecer que o ex-senador paulista quando muito faz sucesso no Parque dos Príncipes, bairro da Zona Oeste da capital paulista. E PT saudações!