Competência zero – A onda revoltosa que chacoalha o mundo árabe e que em breve tirará de cena o coronel Muammar Khaddafi, ditador da Líbia, mostra não apenas o desejo da população mundial de viver em liberdade e em condições minimamente digna, mas acima de tudo o fiasco em que se transformou a diplomacia brasileira.
Durante a passagem de Celso Amorim pelo Ministério das Relações Exteriores, o ucho.info insistiu seguidamente na tese de que a diplomacia verde-loura estava sendo conduzida de maneira fanfarrista, como forma de atender aos interesses irresponsáveis do messiânico e boquirroto Luiz Inácio da Silva, que rodou o mundo se atirando nos braços de ditadores truculentos e sanguinários.
Para reforçar a incompetência brasileira nas relações internacionais, Lula escalou, por imposição partidária, Marco Aurélio Garcia para tratar dos assuntos palacianos e principalmente partidários com as principais nações do planeta. Trotskista de carteirinha e devoto confesso de regimes totalitaristas, Marco Aurélio Garcia, cuja conhecida falta de compostura açoitou a memória das vítimas do acidente com o avião da TAM, continua atuando nos bastidores do governo de Dilma Rousseff, mas até agora nada fez para minimizar as dificuldades enfrentadas pro brasileiros que residem nos países árabes que sofrem com manifestações populares.
Dias antes da queda do ex-ditador Hosni Mubarak, cidadãos brasileiros residentes no Egito tiveram sérias dificuldades para deixar o país do norte da África, sendo que muitos reclamaram do abandono por parte da embaixada tupiniquim no Cairo.
Agora, com a crise ameaçando a Líbia com a possibilidade cada vez mais iminente de uma guerra civil, brasileiros sofrem para deixar as principais cidades do país comandado com mãos de ferro por Muammar Khaddafi. Até mesmo o Itamaraty vem colecionando alguns insucessos na tentativa de facilitar a saída dos brasileiros que lá vivem. A retirada dos brasileiros da Líbia em navio, prevista para acontecer no máximo até quinta-feira (24), ainda não é totalmente certa. Toda essa cena degradante reflete a incompetência com que a diplomacia brasileira foi encarada nos últimos oito anos, período em que o Brasil foi protagonista de nove entre dez piadas contadas nas rodes internacionais do poder.
Ademais, os tropeços sofridos pelo Itamaraty nas conversas com diplomatas líbios escancaram a inocuidade dos salamaleques disparados pelo irresponsável Lula na direção de Khaddafi, nas diversas vezes em que o então mandatário brasileiro se encontrou com o ditador que garante que morrerá como mártir na terra de seus ancestrais. Conversa barata de quem não deseja perder a mamata financiada com o suado e ensangüentado dinheiro do povo da Líbia.
Mas causa espécie o fato de a presidente Dilma Rousseff não se manifestar contrariamente à ditadura comandada por Muammar Khaddafi e a sua tentativa desesperada de se manter no poder às custas de uma reação militar covarde e criminosa, algo que a então companheira Estela tanto condenou nos plúmbeos anos brasileiros.