(*) Marcelo Mariaca –
O diploma superior é imprescindível, mas torna-se insuficiente num mercado de trabalho altamente competitivo. Uma das saídas é fazer um MBA (Master in Business Administration), que aumenta o nível de competitividade e empregabilidade do graduado. Ninguém deve se iludir, no entanto, de que o profissional vai decolar rapidamente na carreira depois de concluir esse tipo de curso.
Em muitos casos, a empresa subsidia o MBA para o profissional, mas isso não é garantia de que o profissional será promovido após o curso. A promoção pode demorar até três anos.
Muitos profissionais chegam a investir em MBAs nos Estados Unidos na ilusão de que isso será o passaporte para a entrada no mercado de trabalho norte-americano. A realidade é bem diferente. O número de estudantes estrangeiros é crescente nas universidades norte-americanas, mas o mesmo não pode ser dito em relação ao meio empresarial. A metade dos recrutadores que visitam os Centros de Colocação Profissional dessas universidades se recusa a conhecer estudantes estrangeiros, alegando que eles não conhecem a cultura dos EUA, nem têm fluência em inglês. Mas o principal motivo está relacionado às barreiras que existem para a obtenção do visto de residência permanente, o chamado Green Card.
Tentar uma vaga nas universidades brasileiras é mais fácil. Mas sejamos honestos: o principal filtro para os aspirantes a um desses cursos no País é o custo, que pode variar de R$ 7 mil a R$ 48 mil, sem contar os gastos com os programas que possuem módulos fora do Brasil. É claro que há cursos de qualidade onde os custos não são os únicos obstáculos. Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, o rigor está na seleção dos candidatos para o concorrido MBA executivo internacional. O mesmo pode ser dito dos processos de seleção de mestrado profissionalizante da FGV, MBA da Coppead, MBA em Finanças do Ibmec, MBA e E-MBA da BSP – Business School São Paulo (associada às Universidades de Toronto e St. Mary’s, do Canadá), além dos processos da fundação Dom Cabral (MG) e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em parceria com a ESPM.
Um MBA ajuda, sim, especialmente quando o candidato vem de uma formação universitária técnica, como engenharia, química, física ou matemática. Entretanto, se o seu currículo está recheado de cursos e títulos, mas a vivencia profissional está carente de experiências gerenciais modernas, a situação é outra: os conhecimentos adquiridos em anos de estudo podem não ser suficientes para garantir-lhe um cargo de alta relevância. Ou seja, para as empresas, esses candidatos não passam de promessas.
Quando se procura um curso de MBA, o candidato deve tomar alguns cuidados, como evitar aqueles de qualidade duvidosa ou oferecidos por instituições sem tradição ou renome. Tanto no Brasil como no exterior há publicações conceituadas que publicam rankings dos melhores MBAs, um guia seguro para os candidatos.
MBAs e cursos de pós-graduação, principalmente os chamados latu sensu, viraram uma mina de ouro no Brasil e armadilhas para incautos. Todo cuidado é pouco.
(*) Marcelo Mariaca é presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School