Decisão polêmica – Na contramão da campanha do desarmamento, lançada na semana passada pelo Ministério da Justiça, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, autorizou 2,6 mil fiscais do trabalho a portarem armas de fogo durante as fiscalizações. A portaria foi assinada na manhã desta terça-feira (10), segundo anunciou o próprio ministro, em sessão solene na Câmara dos Deputados que marcou os 120 anos da Inspeção do Trabalho no Brasil.
A decisão do ministro atenderia a uma reivindicação da categoria, especialmente dos fiscais integrados ao Grupo Móvel, que combate a escravidão nos grotões do Brasil. Os fiscais, mesmo contando com escoltas policiais, seriam vítimas de ameaças de morte.
Disponíveis no site do Ministério do Trabalho e Emprego, dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho mostram que no período de 2003 a 2011, os auditores fiscais do trabalho formalizaram sob ação fiscal mais de 5 milhões de pessoas. O número de pessoas resgatadas da situação análoga a de escravo passa de 33 mil, em 935 ações realizadas. Foram encontradas em situação de trabalho e afastadas pela fiscalização mais de 62 mil crianças e adolescentes.
Sobre a campanha de desarmamento, o governo pretende recolher do cidadão comum armas em troca de uma recompensa de R$ 100 a R$ 300. a campanha pretende coletar mais de 500 mil armas. Mas a verba do ministério para a campanha, de R$ 10 milhões, viabilizaria o pagamento de apenas 100 mil armas.
Como afirma jornal “Metro” na edição desta terça-feira, o problema é que, diferentemente do que afirma o ministro da Justiça, para reduzir a criminalidade é necessário desarmar os bandidos, que possuem vasto arsenal de armamento clandestino. Em vez disso, o governo federal investe para desarmar o cidadão que tenta se proteger de assaltantes e assassinos.
O direito do cidadão brasileiro de manter uma arma para se defender já foi alvo de plebiscito no País. Em 2005, 64% dos brasileiros decidiram manter na legalidade a compra de armas e de munição.