Ministro da Educação pede, mas servidores das universidades devem continuar greve por reajuste

Mobilização – Os servidores das universidades federais não devem suspender a greve iniciada em junho por aumento salarial, apesar do apelo feito no início da tarde desta segunda-feira (20) pelo ministro da Educação. Fernando Haddad encontrou-se com o comando de greve onde teria afirmado que concorda com a reivindicação da categoria, mas que para continuar o diálogo seria importante a suspensão do movimento paredista.

No final da tarde desta segunda-feira, o comando de greve da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras deverá discutir a sugestão do ministro. Em todo o caso, está aguardando uma proposta por escrito de Fernando Haddad que propôs um cronograma de reuniões com o Ministério do Planejamento. Disse que ficava no papel de mediador, mas para os próprios sindicalistas, a decisão caberá mesmo à ministra Mirim Belchior.

A greve mobiliza perto de 80% dos servidores (representados por 46 sindicados), segundo informou há instantes a assessoria à reportagem do ucho.info. A greve dos servidores das Universidades Federais completa duas semanas. Desde o dia 6, 41 das 46 universidades do país deflagraram greve. Em todo o Brasil, são cerca de 175 mil funcionários trabalhando nos campi universitários.

O grande receio do conjunto dos servidores públicos é de que o governo chegue ao dia 31 de agosto sem incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012, o aporte de recursos suficientes para atender às reivindicações salariais. Nesse prazo, o governo encaminha o projeto de lei do orçamento para o Congresso Nacional, onde poderão ser acrescidas emendas aditivas de recursos.

Na semana passada perto de sete mil servidores participaram de uma manifestação em Brasília. Na ocasião, 32 entidades do funcionalismo público federal exigiram conjuntamente a paridade salarial entre trabalhadores ativos e aposentados, a incorporação das gratificações, definição de política salarial com base nas perdas causadas pela inflação, variação do PIB, e realização de concurso público.

A campanha salarial da Fasubra engloba os seguintes itens: piso de três salários mínimos e step 5%, racionalização de cargos, reposicionamento de aposentados, mudança no Anexo IV (incentivos de qualificação), devolução do vencimento básico complementar absorvido, isonomia salarial e de benefícios, contra a terceirização, revogação da Lei nº 9.632/98, abertura imediata de concursos públicos para substituição da mão de obra terceirizada e precarizada em todos os níveis da carreira para as áreas administrativas e dos HUs e extensão das ações jurídicas transitadas e julgadas.