Embromação à vista – O raciocínio é óbvio e aconteceu o que os jornalistas do ucho.info previram com a devida antecedência. Já que as obras relativas à mobilidade do público que acompanhará a Copa do Mundo de 2014 não ficarão prontas, decreta-se feriado e resolve-se o problema. Ao que parece é essa a opinião da ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. Na tarde desta segunda-feira (19), em São Paulo, a ministra afirmou que as obras de melhoramento da condição de mobilidade urbana nas cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo não são “essenciais para os jogos”. Estão atrasadas e muitas não ficarão prontas no prazo estimado.
Com o discurso de que essas obras serão um legado à população e não obrigatórias para a realização da Copa, Belchior subestima a inteligência alheia. “Vai ser feriado nos dias de jogos, feriado em São Paulo no dia do jogo não tem trânsito”, disparou.
A declaração foi feita após a divulgação do projeto da Lei Geral da Copa, que determinaria que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que sediarão os Eventos poderão declarar feriados os dias de sua ocorrência em seu território”, cita o 41º dos 46 artigos publicados pela Casa Civil.
Em defesa do atraso
O palavrório de Miriam Belchior aconteceu durante almoço realizado pelo “Lide” (Grupo de Líderes Empresariais), em hotel na Zona Sul de São Paulo. Ainda durante o evento, a titular do Planejamento disse que a capital paulista deve “recuperar o tempo perdido” em sua preparação para o Mundial e que a situação mais preocupante é a de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Ela ainda ressaltou que, apesar de o anúncio da Copa no País ter sido feito em 2007, as cidades-sede foram definidas apenas em 2009 e este é que deveria ser o parâmetro para as cobranças sobre a organização do evento.