Receita de camelô – No encontro com o estadunidense Barack Obama, a presidente Dilma Vana Rousseff tratou de economia, mas discutiu também uma forma de o Brasil ajudar na solução da crise internacional, que vem chacoalhando diversos países europeus, sem contar os Estados Unidos.
Dilma por certo usou o avanço da economia brasileira nos últimos anos como principal ingrediente de sua fala, mas nesta terça-feira (20) o Fundo Monetário Internacional reduziu para 3,8% a projeção de crescimento para o Brasil neste ano, contrariando a mais pessimista previsão palaciana. De acordo com o relatório World Economic Outlook (“Perspectivas da Economia Mundial”, em tradução livre), o Brasil terá o segundo menor crescimento na América do Sul em 2011, ficando atrás somente da Venezuela (cuja previsão é de 2,8%) e abaixo da média da região, de 4,9%.
O que Obama não sabe é que o crescimento da economia brasileira nos últimos anos se deu com a concessão de crédito fácil, consumo excessivo e descontrolado, endividamento recorde das famílias brasileiras, juros altos, disparada da inadimplência e retorno da inflação. Foi com essa forma milagrosa, que os petistas relutam em admitir que se trata de uma herança maldita, que Luiz Inácio da Silva conseguiu arremessar 39 milhões de novos consumidores na chamada classe média.
O que Dilma Rousseff deveria fazer é buscar uma solução para a crise interna, pois os números anunciados pelo Palácio do Planalto nem de longe traduzem a carestia que o cidadão brasileiro enfrenta no cotidiano.