O contrato celebrado entre a entidade aprovada para participar do programa foi de R$ 2.040.000,00. Segundo informações divulgadas pelo ministério, estava previsto o atendimento de 10.000 crianças e adolescentes. E outro convênio com o militante do PCdoB, assim como o anterior em 2006, com a Associação João Dias de Kung-fu Desporteo e Fitness, presidida pelo soldado João Dias no valor de R$ 922.998,00. Neste convênio, o ministro não soube precisar o número de crianças e adolescentes atendidas.
Orlando Silva apresentou os documentos em solicitou oficialmente à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Ministério da Justiça e Procuradoria Geral da República do Ministério Público Federal providências de investigação dos fatos citados em reportagem da mais recente edição da revista Veja. “Vou até o fim”, afirmou o ministro, que voltou a dizer que “não há provas” dos fatos mencionados ao longo da reportagem.
Em contrapartida, João Dias diz que possui provas materiais, inclusive gravações, que sustentam suas denúncias. O ministro abriu um flanco perigoso, pois ao surgimento de qualquer prova do que diz o soldado provocará forte abalo na sua estratégia de defesa.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se manifestou no Rio de Janeiro sobre o pedido de investigação de Orlando Silva. “Todos aqueles que tenham contribuído para os fatos supostamente ocorridos serão ouvidos pela Polícia Federal, que tomará como ponto de partida investigações que já estavam em andamento sobre convênios firmados pelo ministério. Uma vez identificados novos fatos, estes poderão envolver a abertura de um novo inquérito”.
Orlando Silva confirmou, durante a entrevista coletiva, que estará nesta terça-feira (18) na Câmara para responder às questões dos deputados na Comissão de Turismo e Desporto e sessão conjunta com a Comissão de Fiscalização e Controle. Dificilmente o ministro resistirá ao arsenal prometido e apontado em sua direção. Muitos comentam que se trata de ministro não sepulcro, pelo menos por enquanto. Até a próxima edição da revista semanal, ou até que novos mísseis sejam disparados por fogo nada amigo de um soldado com olhos vermelhos, não pelo fato de ser esquerdista, mas sequioso por vingança.
