Capacitação profissional – A assessoria do PPS informou que a bancada do partido na Câmara dos Deputados pedirá a abertura de inquérito na Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar um esquema de propina instalado no Ministério do Trabalho e Emprego, que atinge assessores diretos do ministro Carlos Lupi (PDT). Além da representação na PGR contra o ministro Lupi e seus assessores, o líder do PPS adianta que vai protocolar pedidos de audiência pública na Câmara para ouvir os envolvidos na irregularidade.
“Primeiro, queremos ouvir os dirigentes das duas Ongs (Instituto Êpa e Ong Oxigênio) que afirmaram ter pago propina. Na sequência, vamos convocar o ministro e seus assessores acusados de operacionalizar o esquema”, adiantou o deputado, que protocola os requerimentos de audiência também nesta segunda-feira. Um desses assessores é o atual deputado federal Weverton Rocha (PDT).
Segundo denúncia divulgada pela revista “Veja”, o esquema se assemelha ao instalado na pasta do Esporte e consiste, segundo a reportagem, na cobrança de propina que variava de 5% a 15% dos contratos com ONGs que prestavam serviços de capacitação profissional.
O esquema foi denunciado por diretores de duas dessas entidades, por parlamentares e servidores do próprio ministério. Na representação, o partido também cita denúncias veiculadas na edição de domingo (6) no jornal “O Globo”.
“Virou prática na Esplanada dos Ministérios a montagem de balcões de propina para cobrar ‘pedágio’ das empresas que assinam contratos com o governo. É uma corrupção desenfreada que, quando o dinheiro público não vai direto para o bolso de ministros e assessores, acaba parando no caixa dois de partidos. Esperamos que, como no caso do Ministério do Esporte, o procurador Roberto Gurgel aja rápido e consiga no Supremo a autorização para a abertura de inquérito”, afirmou o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno.
Segundo a reportagem da revista, assessores diretos do ministro Lupi cobravam, por meio de extorsão, propina de ONGs para liberar repasses. “Conforme relatos de diretores de ONGs, parlamentares e servidores públicos, o esquema funciona assim: primeiro o ministério contrata entidades para dar cursos de capacitação profissional, depois assessores exigem propina de 5% a 15% para resolver ‘pendências’ que eles mesmos criam”, relata a revista.