Indiciamento de Fernando Sarney é mais um problema para o presidente do Senado

fernando_sarney_01Beco sem saída
Policiais federais e pessoas próximas a Fernando Macieira Sarney observaram, na manhã desta quinta-feira, que o advogado Eduardo Ferrão, que representa juridicamente o filho do presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), terá muito trabalho para defender o empresário das acusações de formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Fernando foi indiciado na tarde da última quarta-feira pela Polícia Federal – conforme antecipou o ucho.info –após dois anos de investigações iniciadas com a deflagração da Operação Boi Barrica – alusão a um grupo folclórico do mesmo nome apadrinhado da família Sarney.

A PF suspeita que parte do dinheiro, supostamente desviado em licitações fraudulentas de empresas estatais da área de energia elétrica (Eletrobrás, Eletronorte) e na Valec (responsável pela construção da ferrovia Norte Sul), teria sido usada na campanha eleitoral de 2006 da governadora Roseana Sarney (PMDB). De acordo com as provas encontradas pela PF, o desvio foi de quase R$ 2 milhões. O jornal “Folha de S. Paulo” explica que o filho do presidente do Senado teria feito dois saques de sua conta pessoal no valor de R$ 1 milhão cada, nos dias 25 e 26 de outubro daquele ano. O segundo turno foi em 29 de outubro.

Em 2008, Fernando Sarney e outras treze pessoas foram arroladas em outro inquérito, mas a prisão preventiva solicitada pela Polícia Federal foi negada pela Justiça Federal. A edição de hoje do jornal “O Estado de S. Paulo” informa que foi gravada uma conversa telefônica que ligaria José Sarney a Agaciel Maia (diretor geral do Senado afastado) com atos secretos e nomeações de parentes e amigos da família na Câmara Alta. As gravações teriam sido realizadas como desdobramento das investigações da Operação Boi Barrica.