Pela culatra – Um dos mais amaldiçoados ingredientes da herança deixada por Luiz Inácio da Silva é sem dúvida a inflação, que voltou a freqüentar o cenário econômico nacional depois da onda de consumismo incentivada pelo ex-metalúrgico, como forma de evitar os efeitos da crise financeira internacional de 2008.
Não bastasse esse verdadeiro cancro que afeta diretamente a vida do cidadão, a inflação voltou a pegar o governo federal de surpresa, apesar de as autoridades terem afirmado nos últimos meses que o mais temido fantasma da economia estava sob controle. Para provar que nada do que foi anunciado era verdade, o governo federal informou, na segunda-feira (21), ao Congresso Nacional que o valor do salário mínimo será elevado para R$ 622,73 a partir de 1º de janeiro de 2012. A previsão anterior era que o mínimo ficasse em R$ 619,21, mas com a revisão aumentou R$ 3,52. O reajuste é parte da atualização dos parâmetros econômicos utilizados na proposta orçamentária de 2012.
O projeto orçamentário encaminhado ao Congresso, em agosto passado, foi feito com previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,7%. Com a atualização que elevou a inflação para 6,3 %, também haverá a elevação do reajuste do salário mínimo, que era 13,62% para 14,26% em relação ao atual valor que é de R$ 545,00. A revisão da proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 622,73 em 2012 terá impacto adicional entre R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão nos cofres da União.
Mesmo diante dessa incontestável realidade, nenhum dos aduladores de Luiz Inácio da Silva ousa criticar com a devida contundência o retorno da inflação. E quem ainda tem esperança de que em breve Lula será criticado por isso deve procurar um confortável luar para se sentar, pois o ex-presidente agora conta com complacência popular por causa do tratamento médico a que se submete. Não que nós, jornalistas do ucho.info, torcemos contra o cidadão Luiz Inácio, mas manteremos a postura crítica em relação ao político Lula.
