Antes de falar sobre a cirurgia, Chávez disse que o seu mais novo problema de saúde não passa de uma lesão na região de onde foi sacado um tumor. Para quem entende minimamente de medicina e também de câncer, trata-se de uma metástase, o que com certeza comprometerá sua participação na eleição presidencial deste ano. “Está tudo pronto. Além disso, são os mesmos médicos que me operaram e inclusive conhecem a velha ferida daquela operação. (…) Isso vai ser melhor para todos”, disse o ditador venezuelano.
Chávez descartou a possibilidade de metástase. “Os exames feitos em Havana indicam que não tenho metástase em nenhuma parte, só essa pequena lesão de uns 2 centímetros no mesmo lugar onde esteve o tumor anterior”, afirmou o presidente da Venezuela. Para interromper a onda de notícias sobre sua saúde, que ganhou a internet, Chávez apelou para uma declaração desconexa e nada convincente: “Não queria dar essa notícia, que obviamente tem uma carga negativa, em pleno Carnaval, ao meu povo. Mas os rumores que algumas pessoas espalham praticamente me obrigaram a adiantar essa informação”. Ora, se não há metástase e trata-se apenas de uma lesão no local da cirurgia anterior, esconder a verdade pode ser interpretado de duas formas: ou a saúde de Chávez entrou em processo de irreversibilidade ou o ditador que faturar politicamente com o problema.
O mandatário venezuelano, que transformou a doença em ferramenta eleitoral, alegou questões de segurança para justificar o tratamento em Cuba. “Haverá mais segurança para este tipo de operação”, disse. Não faz muito tempo, Chávez creditou à Casa Branca a culpa pelo câncer que tem consumido sua saúde. Falar em segurança quando o assunto é saúde torna-se temerário, pois o governo brasileiro ofereceu a Hugo Chávez tratamento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas a oferta foi prontamente recusada diante da possibilidade de a verdade sobre a saúde do tiranete ser revelada.
