Viola no saco – A polêmica entre o governo federal a FIFA parece ter terminado, pelo menos para os palacianos, mas o entrevero que teve uma declaração de Jérôme Valcke como ponto de partida ainda deve produzir capítulos extras.
Depois que o secretário-geral da FIFA disse, na última semana, que o Brasil precisa de um “pontapé no traseiro” para acelerar o ritmo das obras da Copa, o ministro Aldo Rebelo declarou, de maneira afirmativa, que o governo não mais conversaria com Valcke, como se alguém pudesse interferir na entidade futebolística. Não se trata de afirmar que a FIFA é um monastério, mas é preciso conhecer os limites antes de se fazer algumas colocações. Igual seria se Valcke dissesse que não mais conversa com Aldo Rebelo.
Acontece que depois de o Palácio do Planalto aceitar o pedido de desculpas apresentado pela FIFA, que só foi necessário pela forma como foi feita a crítica, não pelo conteúdo, o ministro Aldo Rebelo agora afirma que não quer alimentar a polêmica com Valcke, alegando que sobre o caso já disse tudo.
Na verdade, Rebelo acabou percebendo que corre o sério risco de sair desgastado dessa confusão, pois dificilmente a FIFA se curvará diante da exigência do ministro de afastar Jérôme Valcke dos assuntos da Copa. Em outras palavras, Aldo Rebelo terá de se contentar com a tese do artista plástico norte-americano Andy Warhol, que certa vez declarou que todo cidadão tem direito a quinze minutos de fama. E o ministro já cumpriu a sua cota.