Aviso perigoso – Na manhã desta terça-feira (1), uma bomba explodiu em frente à sede da União Europeia, em Buenos Aires, sem deixar vítimas ou provocar danos materiais. De acordo com policiais argentinos, chamados após o incidente, a explosão ocorreu após dois homens deixarem uma mochila em frente ao prédio. O incidente ocorre no momento em que argentinos e europeus discutem a expropriação da petrolífera YPF, até então controlada pela espanhola Repsol.
Autoridades argentinas e da União Europeia divergem sobre a questão, que pode acabar na Organização Mundial do Comércio, pelo menos. Na opinião dos europeus, a expropriação é ilegal. Para os argentinos, a decisão da presidente Cristina de Kirchner tem como objetivo proteger a exploração de petróleo e gás no país, o que é considerado questão de soberania nacional.
Sem saber como reverter a grave crise econômica que atinge a Argentina, Cristina Fernández de Kirchner tem apelado para medidas populistas para acalmar a opinião pública. A primeira tentativa, fracassada, foi a reivindicação das Ilhas Falkland (Malvinas para as argentinos), sob o domínio britânico. O anúncio foi feito pela presidente semanas atrás, mas o assunto permaneceu pouco tempo na mídia internacional e internamente não surtiu o efeito esperado pelos frequentadores da Casa Rosada.
Encurralada diante da crescente crise, Cristina de Kirchner precisava criar um novo factóide para ter a opinião pública ao seu lado. E a saída foi tomar de assalto a YPF. A expropriação já foi aprovada pelo Senado argentino, dependendo apenas do referendo da Câmara dos Deputados do vizinho país, o que está marcado para quinta-feira (3).