Consequências sem fim – Os problemas pulmonares não são a única consequência do fumo. É por isso que o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) aproveita o Dia Mundial sem Tabaco, lembrado em 31 de maio, para fazer um alerta para os problemas ósseos que podem ser agravados pelo uso do cigarro.
O ortopedista Leonardo Rocha, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), explica que a absorção do cálcio, mineral essencial na composição dos ossos, pode ficar comprometida na presença da nicotina no organismo. “A nicotina inibe a produção de osteoblasto, célula responsável pela produção óssea. Já o monóxido de carbono, principal substância do cigarro, é extremamente venenoso, pois reduz em até 15% a capacidade do sangue de transportar oxigênio”. A diminuição dos níveis de oxigênio no organismo reduz a densidade dos ossos, tornando-os mais frágeis.
Em decorrência, os fumantes ficam mais propensos à osteoporose, doença caracterizada por ossos mais finos devido à perda de minerais e, consequentemente, mais suscetíveis a fraturas. “A baixa resistência dos ossos prejudica a recuperação depois de uma cirurgia e torna mais lenta a reação do organismo a tratamentos médicos. O fumo retarda a cicatrização afetando toda a cadeia inflamatória. Fumantes que sofrem fraturas ósseas têm tempo de recuperação 60% mais longo do que pessoas que não fumam”, explica Leonardo Rocha. A deficiência óssea acentua ainda a possibilidade dos fumantes adquirirem problemas na coluna vertebral e os deixa mais sujeitos à amputação de membros, em função de um distúrbio no sistema circulatório que gera coágulos dentro do vaso sanguíneo (tromboembolismo).
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o fumo é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil. Depois da hipertensão, o cigarro é a segunda maior causa de morte do mundo. Também causa câncer, impotência sexual, complicações na gravidez, aneurismas, úlcera, infecções respiratórias e cardiovasculares. (Do Into)