Olho da rua – Ao participar na noite de quinta-feira (31) do Programa do Ratinho, do apresentador Carlos Roberto Massa, o ex-presidente Lula abusou da fanfarrice eufêmica ao afirmar que se sentia feliz ao ver os aeroportos brasileiros congestionados. Só mesmo um irresponsável com todas as letras pode fazer tal afirmação, principalmente em um país com dimensões continentais que depende do transporte aéreo e que não tem malha rodoviária à altura das necessidades mínimas. Disse o petista, para justificar seu devaneio discursivo, que o pobre também tem o direito de viajar de avião. Tal afirmação mostra que Lula é adepto do imediatismo burro, não sem antes ignorar o planejamento, algo indispensável quando se busca o desenvolvimento de uma nação.
Horas depois da declaração do ex-metalúrgico, a companhia aérea Gol anunciou a demissão de 190 tripulantes, sob a justificativa de que o corte de funcionários atende à necessidade da empresa de dar “continuidade ao seu processo de adequação à nova realidade do mercado, para manter seu plano de negócios disciplinado e a sustentabilidade de sua operação”. Em outras palavras, a avalanche de passageiros nos aeroportos, festejada por Lula, não evita eventuais prejuízos das companhias aéreas. Messiânico como sempre, o ex-presidente dirá que a incompetência arrebatou os donos da Gol, empresa que socorreu o petista no escândalo da Varig.
Luiz Inácio da Silva, assim como sua sucessora, Dilma Rousseff, acredita que a iniciativa privada deve encarar como algo normal a sabujice que os palacianos exigem de maneira quase ditatorial, mesmo que para tal prejuízos milionários sejam contabilizados para dar sustentação à fanfarra ideológica que alguns esquerdistas utópicos e ultrapassados tentam manter às expensas do capital.