Traído pelo tempo – Quando o dinheiro e o poder entram cena, a consciência de nove entre dez seres humanos vai pelos ares. Não importa o que foi dito no passado, pois após a violação da consciência assumirá o comando da situação o interesse de cada um.
A participação de Lula no Programa do Ratinho, na noite de quinta-feira (31), foi uma encenação tão mentirosa e mal ensaiada, que em dado momento foi possível imaginar que Oswaldo Sargentelli ressurgiria no palco entre o histórico “ziriguidum” e curvilíneas mulatas. O “Bataclan” que se instalou no estúdio do SBT para, mais uma vez, Lula se fazer de vítima e incensar o empacado Fernando Haddad, contou inclusive com declarações faceiras e de encomenda, como a do ex-jogador Ronaldo Nazário de Lima, atualmente tentando desatar o nó cego em que se transformou a Copa de 2014.
Em depoimento previamente gravado, Ronaldo confiou na falta de memória do povo e se debulhou em inverdades. “Ele foi um grande presidente para nós brasileiros, que o adoramos, o amamos”, disse o ex-atleta. Para quem não se recorda, em 2006, antes da Copa do Mundo da Alemanha, Lula questionou a convocação de Ronaldo e disse que o atleta estava gordo. Ronaldo, por sua vez, não perdeu a oportunidade e repetiu a cantilena de que Lula “bebe pra caramba”. Passados seis anos da colisão verbal, Ronaldo está ainda mais gordo, mas Lula preferiu se calar diante do elogio encomendado e nada verdadeiro. O ex-presidente, não está “bebendo pra caramba” por causa do tratamento a que se submeteu, mas na primeira brecha médica retomará sua velha forma, que, diga-se de passagem, contribuiu para o agravamento da doença.
Esse detalhe, que para muitos pode parecer sem importância, ajuda a provar que os chamados ídolos não se incomodam em ludibriar a opinião pública, desde que sejam mantidos seus interesses. O que mais impressiona é que pela inegável contribuição que deu ao futebol mundial, Ronaldo não precisa desses rapapés para ter o respeito dos brasileiros. Ou será que sua ambição vai além do que se imagina?
