Movimento #Yosoy132 denuncia irregularidades nas eleições mexicanas

Boca no trombone – A jornada eleitoral mexicana esteve “infestada” de irregularidades e que se desenrolou em meio a uma “onda de violência”, garantiu o movimento estudantil #YoSoy132, que passou todo o domingo (01/07) reunido em acampamento no centro da capital. De acordo com os estudantes, cerca de 500 relatórios de irregularidades foram registrados no país – muitos com delitos graves.

“Observamos que, em alguns estados, policiais roubaram urnas e tiroteios foram registrados. Também nos chegou o caso bastante grave de que sequestraram mesários. Em Pueblo Nuevo, Estado de Chiapas, grupos armados mataram duas pessoas nas zonas eleitorais. Em San Miguel Totolopan, Estado de Guerrero, soubemos que urnas foram violadas. Em San Juan Chamula, também em Chiapas, grupos armados com metralhadoras atiraram contra eleitores. Em Ensenada, Baja California, um funcionários fugiu com 2,5 mil votos”, disse Sandino Bucio, um dos membros do grupo.

Das denúncias recebidas de todo o país, foi computado que 46% delas se referiam a compra de votos; 30% a irregularidades nos colégios eleitorais; 19% relacionadas com propaganda, apesar do veto, assim como casos isolados de carreatas. Os estados com mais problemas, indicou o movimento, foram México, Veracruz, Tabasco e Chiapas.

Mídia

Angélica Pérez Padilla, do #Yosoy132, disse que as cadeias de televisão conspiraram em favor do candidato do PRI (Partido Revolucionário Institucional), Enrique Peña Nieto. “A televisão não noticiou nenhum desses conflitos que aconteceram na jornada eleitoral. Inclusive, enfatizaram que tudo correu bem. Não mencionaram a violência e as irregularidades”, afirmou.

Ainda segundo a estudante, os canais que mais fizeram propaganda para o PRI foram a Televisa e a TV Azteca. “Um repórter, de manhã, disse que estava do lado de fora na casa da primeira-dama [em referência a Angélica Rivera, esposa de Enrique Peña Nieto]”. As urnas foram fechadas à tarde.

Os estudantes também criticaram “energicamente” o jornal El Universal, que publicou às 21h de ontem uma edição especial, sem os resultados oficiais, dando como vencedor Peña Nieto nas eleições. “Foi um atropelamento”, disse Pérez Padilla.

Entre lágrimas e rostos expressando tristeza e indignação, os estudantes encerraram a jornada com a consigna que os identifica: “Se ardermos juntos, quem iluminará essa escuridão?”. (Do Opera Mundi com informações do jornal mexicano Proceso.mx e da Agência Efe)