Solução difícil – Nada como um dia após o outro, diz a sabedoria popular. E quando essa tese prevalece, o tempo se faz presente como o senhor da razão. Durante os longos anos em que puxou a estridente voz da oposição, o PT sempre defendeu o direito de greve dos trabalhadores, sendo eles servidores públicos ou não. Naquele tempo, os petistas só sabiam criticar os ocupantes do poder e por qualquer razão sempre criavam caravanas nacionais e governos paralelos, duas invencionices populistas de Luiz Inácio da Silva, o Lula, que deram em nada.
Com 350 mil servidores federais em greve, de trinta categorias distintas, o Palácio do Planalto não sabe o que fazer para solucionar o problema. Avessa ao diálogo muito extenso, a presidente Dilma Rousseff, eleita pelos trabalhadores, decidiu declarar guerra aos sindicatos que lideram a paralisação. Mesmo depois de se aconselhar com o antecessor, Lula da Silva.
Advogado-geral da União, Luís Inácio Adams classificou como “excesso” a operação-padrão deflagrada na quinta-feira (16) pelas polícias Federal e Rodoviária Federal. Adams lembrou que o governo punirá o “abuso de poder” por parte dos grevistas, independentemente do setor. Ainda de acordo com o advogado-geral, algumas das propostas apresentadas pelos sindicatos são “absurdas”.
Essa queda de braços entre o Palácio do Planalto e os servidores em greve tem todos os ingredientes para terminar mal. De um lado está a presidente Dilma Rousseff, que vive às voltas com a amaldiçoada herança deixada por Lula, e de outro estão os servidores que acreditaram nas promessas chicaneiras do governo e agora cobram aquilo que há vem sendo prometido. No meio desse cabo de guerra está o contribuinte, que paga a conta e sofre com o comprometimento de serviços importantes.
O balanço final desse embate pode ser negativo para o governo do PT, em especial no caso da Polícia Federal. Se os bastidores de recentes escândalos envolvendo o governo vierem à tona, o Palácio do Planalto sofrerá abalos. Não se trata de endossar esse tipo de escambo, mas quem pede o que não deve precisa estar preparado para as contrapartidas.