Caminho livre – A condenação de João Paulo Cunha, pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento do escândalo do Mensalão do PT acendeu a luz de alerta na cúpula do Partido dos Trabalhadores, que nas próximas semanas pode ver alguns de seus principais dirigentes seguindo o mesmo caminho. Entre eles estão José Dirceu de Oliveira e Silva, acusado de ser o comandante do maios escândalo de corrupção da história brasileira, José Genoino e Delúbio Soares, que após acordo aceitou assumir a culpa pelo esquema criminoso de compra de apoio parlamentar por meio de mesada.
A condenação de Cunha não apenas ditou o ritmo do julgamento do caso, mas mostrou que o PT deve passar por uma reformulação em seu comando. No caso de Dirceu, Genoino e Delúbio serem condenados, o caminho ficará livre para a presidente Dilma Rousseff conquistar espaço político dentro do partido, algo que até então era dificultado pelo poder exercido por José Dirceu, que palpitava inclusive nos assuntos do governo federal, como se o Brasil fosse o quintal da sua casa de campo.
A postura dura dos ministros do STF interessa à presidente, mas não pode escapar da medida ideal, pois do contrário atrapalhará os planos de Dilma, que o caso volta a sonhar com a reeleição, uma vez que Lula, que sonha em voltar ao Planalto, sairá do episódio combalido, pois a reboque será condenado o mais corrupto governo de todos os tempos.
Os primeiros sinais de que Dilma busca espaço na cúpula do partido foram dados no momento em que, apesar dos escândalos, manteve no comando do Ministério do Desenvolvimento o companheiro de armas Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e que foi parceiro da presidente durante a luta da esquerda contra a ditadura militar. A partir de agora, a tendência é que Dilma comece um novo processo de faxina governamental, excluindo do primeiro escalão pessoas indicadas por Lula ou pelo grupo de mensaleiros que o incensa diuturnamente.