Turma do funil – Com direito a algumas rusgas pontuais com o relator do Mensalão do PT (Ação Penal 470), ministro Joaquim Barbosa, o revisor Ricardo Lewandowski votou nesta segunda-feira (24) pela condenação de alguns dos réus no maior escândalo de corrupção da história nacional, que segundo o publicitário Marcos Valério aconteceu sob o comando de Lula.
Durante a leitura do seu voto, que será retomada na sessão de terça-feira (25), o ministro-revisor condenou por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), conhecido como “Boy”, e o ex-tesoureiro do extinto PL (atual PR) Jacinto Lamas. Por corrupção passiva foi condenado também o ex-deputado Bispo Rodrigues, do Rio de Janeiro.
“Conforme demonstrei ao analisar a acusação, Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas se associaram com Lúcio Funaro e José Carlos Batista [ambos sócios na empresa Guaranhuns] para cometer o crime de lavagem de dinheiro”, afirmou o ministro Lewandowski. Beneficiados pela delação premiada, o que complica sobremaneira a situação dos réus, Funaro e Batista respondem a processo na primeira instância da Justiça.
Horas antes, na primeira etapa da sessão, Ricardo Lewandowski condenou três dos cinco réus ligados ao Partido Progressista (PP). Foram condenados ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), o ex-assessor parlamentar João Cláudio Genú e o empresário Enivaldo Quadrado.
Homem de confiança do finado José Janene, então presidente nacional do PP, Genú foi condenado por corrupção passiva e formação de quadrilha, mas foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro.
Um dos operadores financeiros de José Janene e dono da corretora Bônus-Bonval, onde estagiou a filha do ex-presidente do PP, Enivaldo Quadrado foi condenado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, condenações que, se confirmadas, podem bani-lo do mercado financeiro.
Condenado anteriormente por Lewandowski por corrupção passiva, mas absolvido na ocasião do crime de lavagem de dinheiro, o ex-deputado Pedro Corrêa foi condenado nesta segunda-feira por formação de quadrilha. O ministro Ricardo Lewandowski absolveu o sócio de Quadrado na Bônus-Bonval, Breno Fischberg, e o deputado federal pelo PP de Mato Grosso, Pedro Henry.
Na próxima etapa do item do julgamento que está na pauta, Lewandowski avaliará os crimes imputados aos parlamentares filiados ao PTB e PMDB, acusados pela Procuradoria-Geral da República de participação no Mensalão do PT.