Teatro do absurdo – Desde que foi acusado de envolvimento no Mensalão do PT, o ex-deputado e ex-presidente da legenda José Genoino evita falar com a imprensa, a quem credita a responsabilidade pelo maior caso de corrupção da história nacional.
Na manhã deste domingo (7), dia de eleição, Genoino foi votar acompanhado da mulher, mas ao chegar ao local acabou cercado por pessoas que perguntavam sobre a Lei da Ficha Limpa. Irritado, o petista se recusou a falar com os jornalistas, chamados de “urubus”.
José Genoino, que chegou a pedir à Polícia Militar que expulsasse a imprensa do local de votação, limitou-se a um ataque descabido. “Vocês são urubus que torturam a alma humana. Não podem ficar aqui. Não falo com urubus. Vocês fazem igual aos torturadores da ditadura. Só que agora não tem pau de arara, tem a caneta”, disse o petista.
Nos tempos em que puxava as fileiras da oposição, o PT sempre procurava a imprensa para destilar acusações de todos os matizes contra os adversários, muitas delas factóides esculpidos com o cinzel da mentira.
Diferentemente do que alegam os petistas, a imprensa não inventou o mensalão, mas apenas cumpriu a obrigação de denunciar o esquema criminoso de compra de parlamentares por meio de mesadas, o que garantiu ao abusado Luiz Inácio da Silva, enquanto presidente, índices falaciosos de aprovação.
Com sua falsa inocência, José Genoino entrou para a História pela porta dos fundos ao assinar, como presidente nacional do PT, contratos de empréstimos bancários que ele sabia serem fictícios e que serviriam para “legalizar” o dinheiro sujo do caixa do mensalão, que movimentou mais de R$ 300 milhões. O Mensalão do PT está apenas em seu primeiro capítulo e outros tantos escândalos surgirão na segunda fase de investigação, já autorizada pelo Judiciário.
Quando a Justiça descobrir as fontes que irrigaram o caixa do mensalão, o Brasil descobrirá quem de fato é adepto de golpes em conluio com as chamadas elites. O PT, que por duas décadas ficou à margem da gatunagem que reina na política, se lambuzou ao colocar a mão no pote.
Que os brasileiros não se deixem levar por esse longevo jogo de cena de Genoino, pois nessa história não há um inocente sequer. E os que os que escaparam das garras do Supremo Tribunal Federal foram beneficiados pela não produção de provas durante a CPI dos Correios. Do contrário, estariam todos devidamente condenados, começando por Lula.