Governo garante que ofereceu ajuda a SP no combate ao crime, mas rejeita ações nas fronteiras

Estica e puxa – Os governos federal e de São Paulo continuam trocando farpas no caso da onda de violência que se instalou na maior cidade brasileira. Diante da persistente sequência de assassinatos, principalmente de policiais militares, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, insiste em afirmar que ofereceu ajuda ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista. No contraponto, o governador Geraldo Alckmin garante que até o momento não recebeu qualquer oferta por parte do governo federal.

O que o governo do PT tenta é criar um factóide no rastro dos homicídios cometidos por integrantes de facção criminosa que domina os presídios. Com um contingente de aproximadamente 120 mil policiais, entre militares e civis, o governo paulista não precisa da ajuda federal, que mandaria ao Estado um tropa de no máximo mil homens.

De acordo com declaração do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, os policiais eventualmente cedidos pelo governo federal não têm experiência no combate ao tráfico de drogas, principal fonte de financiamento da organização criminosa que ordenou a matança.

Essa manobra de última hora do governo federal é mais um balão de ensaio para sedimentar juntos aos eleitores paulistas a ideia da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que em 2010 perdeu para seu adversário, o tucano José Serra.

Se o objetivo do Palácio do Planalto é de fato ajudar o governador Geraldo Alckmin no combate aos criminosos, que comece com a intensificação do patrulhamento das fronteiras brasileiras, onde grassa o tráfico de drogas e o contrabando de armas. O governo do PT ensaia medidas nas fronteiras, mas que não avançam porque qualquer medida nesse sentido comprometeria a única fonte de financiamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), integrante do Foro de São Paulo, grupo da esquerda latino-americana da qual o Partido dos Trabalhadores é um dos signatários.