Impasse sem fim – A enxurrada de mentiras que o núcleo duro do Palácio Miraflores tem despejado sobre o crédulo povo venezuelano é uma ode à covardia. Antes de seguir para Cuba, onde acabou fazendo um acerto com a morte, Hugo Chávez deixou em Caracas o roteiro do golpe, caso não retornasse para assumir o novo mandato presidencial. E seus comandados foram incapazes de seguir o roteiro.
Depois da cirurgia de seis horas para tentar conter a metástase de um sarcoma que da região pélvica se espalhou e atingiu a coluna cervical, o tiranete Hugo Rafael Chávez Frías está há mais de três semanas em coma induzido, sem saber o que está acontecendo com ele próprio e ao seu redor. Isso prova que a declaração de Nicolás Maduro de que viu Chávez fazendo exercícios e dele recebeu um forte aperto de mão após uma conversa, é a mais colossal das mentiras.
De igual maneira falta com a verdade o ministro Jorge Areaza, de Ciência e Tecnologia, e também genro de Chávez, quando informa pelo Twitter que o sogro está estável, tranquilo e se recuperando.
Tão logo chegou a Caracas, na noite de quinta-feira (3), acompanhado por Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Maduro disse que Chávez está lutando e que retornará ao país muito antes do que se imagina. Hugo Chávez, na verdade, voltará à Venezuela para o próprio funeral, pois a notícia da sua morte só não foi divulgada ainda porque o núcleo do governo bolivariano busca o momento adequado para fazer o anúncio, reduzindo as possibilidades de uma comoção social que leve o país a uma guerra civil entre partidários e adversários do tiranete.
Enquanto o tal momento da divulgação da notícia não chega, autoridades venezuelanas que estão na ponte-aérea Caracas-Havana aceitaram participar de negociações sobre o futuro da Venezuela sem Chávez, com a mediação e o comando do ditador Raúl Castro. O grande mote dessas negociações é estabelecer como será o procedimento do governo venezuelano em relação aos países que gravitam em sua órbita e dele dependem financeiramente, como é o caso de Cuba, que nos últimos viu os cofres oficiais da ditadura sendo invadidos pelos petrodólares venezuelanos.
Salvando a ilha e confundindo a imprensa
Enquanto os irmãos Castro buscam a salvação financeira da ilha caribenha, Maduro e seus assessores mais próximos tentam, como informações desconexas e mentirosas, desacreditar a imprensa, cada vez mais perto da verdade, apesar de toda a blindagem do governo de Havana. Quem confirma as mentiras de Nicolás Maduro é o embaixador do Panamá na Organização dos Estados Americanos (OEA), Guillermo Cochez, que assegura que há vinte três dias Chávez não se levanta da cama e que está com os membros inferiores paralisados devido à pressão exercida pelos tumores em sua coluna cervical. O ditador venezuelano continua sedado e em coma induzido, respirando por ventilação mecânica e recebendo alimentação por sonda, garantiu Cochez.
Para os jornalistas do ucho.info, de acordo com as informações recebidas de alguns integrantes do serviço secreto de vários países, Hugo Chávez está morto e seu corpo está sendo preservado à espera do momento adequado para se dar a notícia.
Transição venezuelana negociada por Cuba
Em menos de duas semanas, três reuniões ocorreram entre o comando chavista – leia-se Nicolás Maduro, Adán Chavez, Diosdado Cabello, o genro e ministro Jorge Arreaza e a procuradora-geral da Venezuela Cilia Flores – e dupla formada pelo presidente cubano Raúl Castro e seu vice Ramiro Valdés. O objetivo dos encontros, que não produziram um consenso, é garantir uma transição pacífica na Venezuela sem a presença de Hugo Chávez. Esses seguidos encontros, que podem continuar acontecendo, foram batizados de “Pacto de La Habana”.
O plano inicial produzido nesses encontros é instalar Diosdado Cabello na interinidade da presidência da Venezuela, onde permaneceria por de três meses, com direito de prorrogação por igual período. Ao mesmo tempo, Nicolás Maduro seria o vice-presidente do país, assim desejou Chávez.
Essa manobra está sendo analisada sob o aspecto legal, uma vez que não está prevista na Constituição da Venezuela. O que estabelece a legislação vigente é que na vacância do cargo, o presidente da Assembleia Nacional assume interinamente o poder, com o compromisso de convocar nova eleição em até trinta dias.