Mudando de ideia – Governador do Rio de Janeiro, o peemedebista Sérgio Cabral Filho continua em sua cruzada para pressionar o Supremo Tribunal Federal no caso dos royalties do petróleo, cujo projeto que trata da distribuição teve os vetos presidenciais derrubados pelo Congresso Nacional na última semana.
Depois de anunciar a suspensão dos pagamentos por parte do governo fluminense, Cabral Filho enfrentou os protestos de alunos, bolsistas, professores e pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que não receberam os salários e benefícios referentes ao mês de março.
Após reunir-se com representantes da Uerj, na segunda-feira (11), o governador divulgou nota nas últimas horas do dia em que promete honrar os pagamentos dos setores de saúde e educação a partir do próximo dia 18. É bom lembrar que Sérgio Cabral Filho não está fazendo qualquer favor ao liberar esses pagamentos, o que deveria valer para todos os compromissos assumidos pelo Estado.
Os credores do governo fluminense não podem ser vítimas da irresponsabilidade política que grasse no País, como se o Brasil fosse um boteco de esquina. A decisão de liberar os pagamentos do setor da saúde, principalmente, não resulta do bom senso de Sérgio Cabral, mas da possibilidade de o governador ser responsabilizado criminalmente por qualquer ocorrência grave que leve um paciente à morte por causa da falta de recursos.
Por outro lado, o PMDB, um dos mais importantes partidos da chamada base aliada, saberá usar esse instrumento de pressão até o momento exato, não colocando a perder o domínio que tem sobre o governo federal, que poderia ruir conceitualmente no momento de qualquer ocorrência grave no Rio de Janeiro por causa da falta de pagamentos dos servidores e fornecedores do Estado.
É bom lembrar que essa discussão sobre os royalties surgiram depois que o então presidente Luiz Inácio da Silva resolveu faturar politicamente com o anúncio do pré-sal, com a promessa de que os recursos financeiros advindos da exploração do petróleo nas profundezas do oceano seriam totalmente destinados à Educação. Uma cena de populismo barato, típica de ditadores, que serviu apenas para ludibriar a opinião pública, enquanto o governo do ex-metalúrgico nadava de braçada nos mares da incompetência.