Braços cruzados – O Itamaraty continua tropeçando e fingindo que nada acontece no Consulado-Geral do Brasil em Sidney, na Austrália. Como noticiamos em matéria anterior, funcionários do consulado enviaram mensagens ao Ministério das Relações para que alguma providência fosse tomada contra o embaixador Américo Doyett Fontenelle e o conselheiro César Cidade, mas o chanceler Antonio Patriota prefere parece não se incomodar com os servidores da nossa representação diplomática.
Fontenelle e Cidade são acusados de assédio moral e verbal pelos funcionários do Consulado brasileiro em Sidney, como se usar palavras de baixo calão e valer-se de comportamento intimidatório resolvesse alguma coisa. A sensação de impunidade que se esparramou pelo Brasil desde a chegada de Lula ao poder patrocinou uma perigosa inversão de valores, que aconteceu à sombra da deterioração moral e do flagrante desrespeito às leis, mas é inadmissível que um diplomata, pago com o suado dinheiro do contribuinte, trate seus subordinados com gritaria, atitudes violentas e palavras de baixo calão.
O embaixador Américo Fontenelle, que é chamado por alguns conselheiros de “bunda mole” e tem sua masculinidade colocada em xeque por parceiros de trabalho, finge não ouvir a gritaria que lança ao ar, em ambiente de diplomacia, expressões chulas, como “nao assino esse documento nem fudendo gostoso, isso e um cu das trevas, chines filho da puta, vou enrabar aquele filho da puta, australiano eh tudo racista come o cu de brasileiro com arame farpado, foda-se e etc…”, de acordo com documento obtido pelo ucho.info.
Agora, inconformados com a inoperância do Itamaraty e não mais suportando o clima que se instalou no Consulado, os servidores apelam ao presidente da Comissão de Ética do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Denis Pinto, para que instaure um processo administrativo disciplinar contra Américo Dyott Fontenelle e César Cidade.
O Consulado em Sidney enfrenta dificuldades por causa do número reduzido de funcionários, alguns dos quais pediram demissão ou solicitaram remoção em razão dos mais variados tipos de assédio, inclusive sexual, como apontam alguns recentes relatos de pessoas que trabalham na representação diplomática brasileira.
Considerando que as questões da diplomacia nacional estão, de fato, sob a responsabilidade de Marco Aurélio Garcia, o chanceler genérico do governo petista, o ministro Antonio Patriota poderia mostrar aos brasileiros que pagam o seu salário que sua indicação para o cargo não foi inócua, decretando o fim da baderna que toma conta do Consulado verde-louro na capital dos australianos. Até porque, de incompetência basta a que marcou a era do funesto Celso Amorim.
Confira abaixo a íntegra do abaixo-assinado encaminhado ao Itamaraty por funcionários do Consulado-Geral do Brasil em Sidney
“Sydney, 28 de marco de 2013
Excelentíssimo Embaixador Denis Pinto
Presidente da Comissao de Ética do MRE
Nós, funcionários do Consulado Geral do Brasil em Sydney, Austrália, respeitosamente, solicitamos a instauração imediata de Processo Administrativo Disciplinar contra o Embaixador Américo Dyott Fontenelle e o Cônsul-Adjunto César Cidade. Diante das graves denúncias de assédio, esse Ministério designou o Embaixador Abdalla para vir em fevereiro último entrevistar-se individualmente com os funcionários deste Consulado Geral. Nessa oportunidade, cada um de nós pôde descrever ambiente de trabalho repleto de assédio moral e sexual, abuso de autoridade, humilhações, perseguições, racismo, homofobia, maus-tratos contra cidadãos brasileiros no balcão de atendimento, além de todo tipo de pressão, perpetrados sistematicamente e diariamente por mais de dois anos e meio contra os funcionários deste Consulado, tanto pelo Cônsul Geral Américo Dyott Fontenelle quanto pelo Cônsul Geral Adjunto César Cidade. Ressalta-se ainda o assédio sexual sofrido e relatado durante os depoimentos pelas funcionárias Márcia Regina Monje de Castro, Viviane Hottume Jones e funcionária que recentemente demitiu-se.
Nesse contexto de enorme gravidade dos fatos relatados ao Embaixador Abdalla pelo conjunto dos funcionários deste Posto, bem como em face das denúncias anteriormente encaminhadas a Vossa Excelência, vimos, por meio deste ABAIXO-ASSINADO, solicitar a imediata instauração de Processo Administrativo Disciplinar.
A situação atual de reduzido quadro de funcionários é resultado direto da prática reiterada dos múltiplos tipos de assédio relatados, o que levou ao pedido de demissão de nada menos que 8 (oito) funcionários locais e a remoção prematura de 6 (seis) funcionários do quadro permanente, somente nos últimos dois anos.
Assim, tanto pelos direito do conjunto de vítimas neste ambiente de trabalho e necessária justiça, quanto pela manutenção da boa qualidade nos serviços prestados por este Consulado Geral, imploramos a Vossa Excelência que se digne acatar o nosso pleito.
Assinam:
Ailan Nazareno do Nascimento Lima
Alberto Pinho Amarilho
Flávio Reinaldo Meneghini
Gilberto Matarenzo Junior
José Eduardo Ferrari Coelho
Luis Henrique Aroeira Neves
Márcia Regina Monje de Castro
Viviane Hottum Jones”