Mão no bolso – Pressionado pelo Palácio do Planalto, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), ressarcirá os cofres públicos com os gastos do jato da Força Aérea Brasileira que o levou ao Rio de Janeiro, no último domingo (30), onde acompanhou a partida final da Copa das Confederações, entre as seleções do Brasil e da Espanha. A informação foi divulgada no começo da noite desta sexta-feira (5) pela Comunicação Social da Presidência da República, que não destacou na nota o valor do ressarcimento.
Garibaldi Alves precisa devolver à União o valor correspondente ao fretamento de um jato em viagem entre as cidades de Natal e Rio de Janeiro. Qualquer valor abaixo R$ 40 mil deverá ser considerado como condescendência do governo, o que é inaceitável.
Um decreto de 2002, que estabelece as regras para o transporte de autoridades em aviões da Força Aérea Brasileira, prevê o uso das aeronaves oficiais em três situações distintas: por motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente.
O ministro da Previdência é o terceiro político a se envolver nesta semana em uso inadequado de aeronaves da FAB. Garibaldi é primo de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara dos Deputados, que também requisitou um jato oficial para ir ao Rio de Janeiro, em companhia da noiva e de familiares, com o objetivo de acompanhar a vitória da seleção brasileira no Maracanã.
Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) usou um jato da FAB para ir de Maceió à cidade baiana de Trancoso, onde participou do casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo na Casa.
Há quem garanta que coincidências não existem, em especial na política, mas os três imbróglios têm a chancela do PMDB. Muito antes da reforma política é preciso que os políticos mudem, pois a sensação de impunidade que existe por debaixo de um mandato eletivo leva o País ao atraso.
