Luz vermelha – Após a maioria dos líderes partidários na Câmara dos Deputados sepultar a plebiscito para reforma política, integrantes do PT decidiram insistir na proposta como forma de não abandonar a presidente Dilma Rousseff, além de manter o projeto da legenda que no fundo busca conseguir do eleitorado uma espécie de cheque em branco para, mais adiante, dar o golpe final que permitirá a instalação no País de um regime de exceção.
Tão logo a derrubada do projeto foi anunciada, o líder do PT na Casa, deputado federal José Nobre Guimarães (CE), disse que iniciaria a coleta de assinaturas para o ato de convocação do plebiscito. A ideia, agora, é acirrar o confronto entre a Dilma Rousseff e o Congresso Nacional, deixando o ônus para a classe política. Desde que eclodiu a grave crise política que sacode o Palácio do Planalto, Dilma sempre buscou transferir a culpa a deputados e senadores.
Ludibriar a opinião pública não será tarefa fácil para Dilma Rousseff, que nos últimos dias tem colecionado derrotas em meio ao anúncio de medidas inócuas, mas a classe política precisava se movimentar, sob pena de a queda de braços, impulsionada pela insatisfação popular, levara a uma perigosa crise institucional.
Por enquanto, o embate se dá entre o governo e o PMDB, mas não será preciso muito esforço para que essa animosidade se alastre por toda a base aliada. Sem contar os partidos de oposição, que ainda não descobriram como tirar proveito da situação. O Brasil vive um momento de apreensão política e é preciso ter cautela de agora em diante, sob pena de se criar um clima que leve a algum ato mais radical, independentemente de quem seja o condutor.