Lixa grossa – O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi infectado pelo vírus da mitomania chicaneira que se alastra pela esquerda da América Latina. Ao participar do encerramento da 19ª reunião do Foro de São Paulo, grupo que reúne o que há de pior em termos políticos na região, Morales criticou a atuação da Justiça de seu país no caso do jovem torcedor Kevin Espada, morto durante uma partida entre o Corinthians e o San José, em Oruro, pela Copa Libertadores da América.
“Informaram-me: ‘são onze de uma vez, onze atentaram contra a vida de um torcedor do San José’. O que está acontecendo com a Justiça boliviana? Se tem que acusar, que acusasse um, não onze”, disse Evo Morales diante de um grupo de participantes do encontro comunista, na cidade de São Paulo.
A descabida atuação da Justiça ganhou reforço com o fato de a prisão dos doze torcedores ter ocorrido nas ruas de Oruro, não no estádio que serviu de palco para a partida. “Quando fui informado, achei que tivessem sido detidos não na rua, mas no estádio”, disse o presidente boliviano.
Que os brasileiros de bem não levem a sério a declaração mentirosa do presidente Morales, que serviu apenas para minimizar o problema que a Justiça boliviana terá pela frente por manter na prisão doze inocentes, acusados de participação no ato que culminou com a morte de Kevin Espada. A atuação da Justiça boliviana foi marcada por precipitação e irresponsabilidade, pois muitos dos acusados sequer estavam no estádio de Oruro no momento em que aconteceu o disparo de um sinalizador.
Evo Morales pode mentir à vontade em seus domínios, mas que não venha ao Brasil posar de bom moço, pois é sabido que o caso dos torcedores corintianos foi usado para pressionar o Palácio do Planalto no caso do senador boliviano Roger Pinto Molina, opositor do “índio cocalero” que está refugiado na embaixada do Brasil em La Paz. A ideia de Morales era trocar os torcedores do Corinthians por seu adversário político, que não consegue deixar a embaixada rumo a ao aeroporto da capital boliviana por falta de um salvo conduto.
Os discursos visguentos e rasteiros de Morales não convencem, porque os brasileiros ainda aguardam uma explicação sobre a expropriação de uma planta da Petrobras na Bolívia, ato criminoso que contou com o endosso do agora lobista-fugitivo Lula. Se Evo Morales quer ser minimamente respeitado no Brasil, que comece a lição desde o primeiro capítulo.
É importante destacar que não foi uma simples coincidência o fato de a libertação dos cinco torcedores ter ocorrido um dia antes de Evo Morales embarcar para São Paulo, onde participou do Foro comunista. Afinal, se isso não tivesse ocorrido, o boliviano seria recebido pela ruidosa torcida do Corinthians, o chamado “Bando de Loucos”. Resumindo, essa encenação foi devidamente combinada e ensaiada à exaustão.