Rédea solta – Quando o editor do ucho.info afirma que a presidente Dilma Vana Rousseff sofre de autismo político, até porque vive em um mundo particular e incompreensível e tem visão fragmentada da realidade, a esquerda torce o nariz. Mesmo assim, não há como negar uma situação que os números da economia brasileira confirmam diariamente.
Bastou a inflação registrar um recuo em julho, atingindo pontualmente a marca de 0,03%, para que Dilma abrisse o almoxarifado de discursos palacianos e pinçasse o mais ufanista deles. Disse a presidente, durante evento oficial no Rio Grande do Sul, que a inflação está sob controle e que o pior em termos econômicos já passou. Dilma precisa enganar a opinião pública para manter vivo o seu projeto de reeleição, antes que o companheiro Lula a atropele, mas mentira tem limite.
Depois de alcançar, na quarta-feira (14), a maior cotação em mais de quatro anos (R$ 2,2323), a moeda norte-americana chegou a valer R$ 2,35, mesmo após intervenção do Banco Central, que vendeu quarenta contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro). A estratégia matutina do BC era evitar nova alta da moeda ianque, mas a incursão fracassou.
Depois de abrir os negócios desta quinta-feira cotado a R$ 2,318, o dólar chegou a R$ 2,351, recuando a R$ 2,344, às 12h30, valor excessivamente alto para uma economia que tenta se livrar da inflação e que é dependente de insumos e produtos importados.
Para interferir no mercado de câmbio o Banco Central tem se valido das reservas brasileiras, atualmente acima dos US$ 300 bilhões, mas se a cada alta dólar o órgão for obrigado a se desfazer, em média, de US$ 2 bilhões, em seis meses o Brasil enfrentará sérias dificuldades.
Dilma pode ocultar a verdade como e quanto quiser, mas os números da economia não mentem. Apenas traduzem a realidade, que no caso brasileiro é preocupante.
Até recentemente, a valorização do real frente ao dólar era utilizada pelo governo como ferramenta para manter a inflação sob controle. Agora, com a disparada da moeda norte-americana, caberá ao BC promover seguidos aumentos da taxa básica de juro, a Selic, o que provocará o encarecimento do crédito ao consumidor e também ao setor produtivo. Isso significa que a economia tende a encolher, contrariando os discursos ufanistas que brotam do Palácio do Planalto.
Sol com a peneira
A crise econômica avança enquanto o País está com a atenção voltada para a crise política, como se a degola de alguns governantes pudesse salvar a nação da bancarrota. Sem querer admitir o fracasso de uma administração burra e doentia, o PT tem escalado alguns dos seus integrantes para manter a mentira no ar.
Minutos depois das 14 horas desta quinta-feira, no plenário do Senado Federal, o petista Valter Pinheiro (BA) ocupou a tribuna da Casa para cumprir as ordens partidárias. Mostrando ao mundo que o autismo político não é privilégio da companheira Dilma, o senador baiano disse que a inflação é momentânea, não estrutural. Para completar a sandice discursiva, Pinheiro fez declarações absurdas, como se o salário mínimo vigente (R$ 678) fosse uma fortuna.
Em apenas uma década o PT conseguiu a proeza de arruinar a economia, situação que rendeu ao lobista bandoleiro Lula diversos títulos de doutor honoris causa, mas mesmo assim o partido continua acreditando que é a derradeira solução para os problemas do universo.