Sem chance – O julgamento dos recursos apresentados pelos réus condenados na Ação Penal 470 mal foi retomado na tarde desta quarta-feira (21), pelo Supremo Tribunal Federal, e o ministro Ricardo Lewandowski levou adiante a sua tese que beneficia o mensaleiro Carlos Alberto Rodrigues Pinto, conhecido como Bispo Rodrigues, que à época dos fatos era filiado ao Partido Liberal. Foi essa tese a responsável pelo entrevero ocorrido na última quinta-feira (15) entre o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, e Lewandowski, que foi acusado pelo colega de fazer chicana.
Depois de condenar o então deputado Bispo Rodrigues no julgamento da ação, Lewandowski entendeu que o mais adequado seria dar nova interpretação ao caso, o que beneficiará outros réus condenados, como o petista José Dirceu, apontado pela Procuradoria-Geral da República como chefe do esquema de cooptação de parlamentares em troca do pagamento de mesadas.
O meio jurídico já aguardava por essa mudança de rota do ministro Ricardo Lewandowski, que apesar de afirmar estar tranquilo em relação à releitura da sentença condenatória, mostrou-se nervoso durante a defesa da nova tese.
Os brasileiros podem esperar o acirramento dos debates quando chegarem ao plenário da Corte os embargos dos petistas José Dirceu, Delúbio Soares, João Paulo Cunha e José Genoino.
Além do revisor Ricardo Lewandowski, acolheram o recurso apresentado pelo ex-deputado Bispo Rodrigues os ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello. A postura do trio Lewandowski-Toffoli-Mello deve se repetir no julgamento de outros recursos.
Votaram pela rejeição do recurso os ministros Joaquim Barbosa, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Maria Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
