Crime hediondo – A denúncia do Ministério Público que culminou com a prisão de Eduardo Gaievski, ex-auxiliar de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, lista 40 crimes sexuais (divididos entre 17 estupros de vulnerável, 9 estupros qualificados, assédio, favorecimento à prostituição, crime de responsabilidade de prefeitos, nomeações para obter sexo, uso de veículo oficial para prática de estupros), mas os acusadores reconhecem que esse número representa apenas uma pequena parcela dos delitos sexuais cometidos pelo pedófilo. Dezenas de vítimas, talvez centenas, jamais denunciaram os crimes de que foram vítimas, possivelmente por vergonha, medo da família e dos atuais maridos e parceiros.
Mesmo assim, a estimativa que se faz nos meios jurídicos é de que Gaievski teve relações com pelo menos 200 crianças. Em descontraídas conversas com seus amigos de farra, o pedófilo exibia um celular com fotos de 50 meninas nuas e gabava-se de suas delinquências sexuais. Nesses encontros marcados pela sordidez alardeava que tinha uma meta ambiciosa. Antes de se “aposentar” pretendia fazer sexo com 2 mil meninas, a maioria menores de 16 anos. O motivo para esse limite aparece no depoimento da menor A.J.F., de 14 anos, que afirmou que Gaievski lhe disse que não saía com meninas maiores de 16 anos, “porque não tem graça fazer sexo com mulheres velhas”.
A investigação que levou à prisão do pedófilo revela um verdadeiro circo de horrores, como o caso de uma mulher que enfrentava dificuldades financeiras extremas. Para ter o emprego de servir café na prefeitura teve, em troca, de permitir que Gaievski fosse o primeiro a ter relações sexuais com sua filha de 12 anos.
A menor A.J.F. informa ainda que Gaievski dizia às suas vítimas que não era preciso usar preservativo porque era “operado”, numa provável alusão à vasectomia. A menor revelou também que uma vez Gaievski viu em seu celular a foto de sua irmã, de dez anos, e disse que gostaria de “sair” com ela, pois essas mais novinhas são as melhores pois ainda são virgens.
De acordo com outro depoimento, o pedófilo gostava de se ver como uma espécie de “professor de sexo”. Gaievski dizia que meninas novas nada sabiam e que ele as ensinaria a fazer as coisas “do jeito dele”. O ex-prefeito de Realeza organizou uma espécie de “corrente” ou “pirâmide de sexo” na cidade paranaense. As jovens eram obrigadas, por dinheiro ou por ameaça, a apresentar ao delinquente novas vítimas, sempre entre 12 e 16 anos.
Funcionárias comissionadas da prefeitura eram obrigadas a fazer sexo com o prefeito e depois forçadas, sob ameaça de demissão, a providenciar meninas para saciar sua hedionda perversão sexual. O ex-assessor especial que a ainda ministra Gleisi Hoffmann instalou na Casa Civil, onde cuidava de políticas relativas a menores, como programas contra o crack e construção de creches, costumava ir ao melhor motel de Realeza na companhia de duas meninas.
Considerando que um criminoso desse naipe conseguiu se aproximar da presidente da República, trabalhando ao lado do gabinete presidencial seis meses, perde força a reclamação de Dilma Rousseff acerca da suposta espionagem norte-americana, que ainda permanece no campo da denúncia. No momento em que os serviços de segurança da Presidência e de inteligência dão sinal verde para que um pedófilo se instale no Palácio do Planalto, não há porque chiar.