Sob nova direção – De acordo com pesquisas de boca de urna, Bill de Blasio venceu com uma margem confortável as eleições para prefeito de Nova York na noite de terça-feira (5), tornando-se o primeiro político democrata à frente da cidade mais populosa dos Estados Unidos em 20 anos. De Blasio substituirá Michael Bloomberg, multimilionário do setor de comunicações que governou Nova York nos últimos doze anos e que não pode mais se candidatar.
De Blasio conseguiu uma boa vantagem sobre o rival Joe Lhota, vencendo o republicano até em bairros mais conservadores, de acordo com a imprensa local. Bill de Blasio, de 52 anos, assumirá o cargo em 1° de janeiro. O último prefeito democrata de Nova York foi David Dinkins (1990-1994).
O candidato democrata baseou toda a sua campanha na crescente desigualdade econômica e na falta de oportunidade das camadas desfavorecidas da cidade. Em Nova York, quase metade da população vive abaixo ou pouco acima do limite de pobreza. Casado com uma mulher negra e pai de dois filhos mestiços, De Blasio apresentou sua família como um exemplo do que deve ser feito na cidade.
Quando a apuração ainda não alcançava 1% dos votos, Lhota já admitia sua derrota. O republicano pediu união aos nova-iorquinos. “Somos cinco bairros, mas uma única cidade”, disse. Segundo as urnas apuradas, De Blasio obteve por volta de 60% dos votos, enquanto Lhota registrou cerca de 39%. O resultado parcial corresponde às estimativas divulgadas nas últimas semanas.
Impulso democrata
A vitória desta terça-feira poderá servir de grande impulso moral para os democratas, que, apesar de uma vantagem de 6 para 1 no número de eleitores registrados, não conseguiam eleger um candidato há duas décadas. “Quero uma mudança fundamental de progresso”, disse De Blasio após votar próximo à sua casa no bairro do Brooklyn. A partir de janeiro, De Blasio estará à frente de uma prefeitura com 300 mil funcionários e um orçamento de US$ 70 bilhões.
Ele deverá herdar uma cidade que muitos nova-iorquinos acreditam estar mais segura e mais verde do que estava quando o ainda prefeito, Michael Bloomberg, assumiu seu primeiro mandato em 2002. Publicamente, Bloomberg não apoiou nenhum dos candidatos durante a campanha eleitoral para prefeito, que durou dez meses.
De Blasio foi vereador da cidade e trabalhava, desde 2010, como advogado público, numa agência eleita de controle e de regulação. Em sua campanha, ele defendeu um aumento de taxas para nova-iorquinos mais abastados. Com o dinheiro, deverão ser financiados programas de educação que antecedem a pré-escola, assim como programas educacionais pós-escolares. (Com agências internacionais)