Candidatura de Magno Malta ao Planalto atrapalha a oposição e obrigará o PR a deixar o governo

magno_malta_08Concorrente novo – Com o anúncio feito pelo senador Magno Malta (PR-ES) de aguarda decisão da legenda para lançar sua candidatura ao Palácio do Planalto, o Partido da República terá de abandonar a chamada “base aliada”, deixando de apoiar o governo no Congresso Nacional. Caso acolha o pedido de Magno Malta e confirme a candidatura do senador capixaba, o PR terá de entregar à presidente Dilma Rousseff o Ministério dos Transportes, atualmente sob o comando de César Borges.

O pleito apresentado por Malta depende da aprovação do diretório nacional do Partido da República, que é presidido pelo senador Alfredo Nascimento (AM), que ocupou o Ministério dos Transportes, mas acabou ejetado do cargo na esteira de denúncias de corrupção.

A questão em torno da eventual candidatura de Magno Malta à presidência gira em torno do discurso que o partido adotará em relação ao governo da petista Dilma Rousseff. Um dos grandes gargalos da economia brasileira está na falta de investimentos oficiais na infraestrutura, começando pelo setor de rodovias, muito aquém das necessidades do País. Fora isso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit, é órgão vinculado ao Ministério dos Transportes e sempre foi um conhecido reduto de corrupção.

Não bastassem esses detalhes, o PR tem um dos seus caciques preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Trata-se de Valdemar Costa Neto, condenado à prisão por envolvimento no Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história brasileira. Ao final da CPI dos Correios, Costa Neto, que corria o risco de ser cassado, renunciou ao mandato parlamentar como forma de não ficar inelegível.

As bandeiras de Magno Malta contra a pedofilia e o tráfico de drogas são extremamente válidas, mas o histórico do Partido da República não é um primor a ponto de servir de trampolim para candidatos presidenciais.

Por outro lado, a candidatura de Magno Malta será útil ao plano de Dilma Rousseff de conquistar novo mandato presidencial, pois o senador capixaba tirará votos dos atuais adversários da petista. Ou seja, a encenação que tomou o plenário do Senado na tarde desta terça-feira pode ter sido uma das muitas missas encomendadas pelo Palácio do Planalto. Enfim…