Com a decisão, Silvio Berlusconi se livrou da prisão domiciliar, o que o impediria de fazer campanha eleitoral, já que continua sendo a maior liderança da direita italiana. Um dos mais ricos empresários da Itália, ele também foi multado em € 10 milhões. Devido às leis brandas para condenados acima de 70 anos, Berlusconi não pode ir para a cadeia.
Em agosto de 2013, Silvio Berlusconi foi condenado a quatro anos de prisão por fraudes fiscais em sua empresa de comunicação Mediaset, sendo que três anos da pena foram anistiados já no momento da leitura da sentença.
Políticos do seu partido, o Forza Italia, desejavam que a pena fosse de prestação de serviços comunitários, não de prisão domiciliar. Na audiência da última quinta-feira (10), os advogados do empresário também solicitaram como pena os trabalhos sociais, o que contou com a concordância do Ministério Público.
De acordo com decisão do juiz que preside o processo, Berlusconi deverá se apresentar uma vez por semana a uma instituição social, onde deverá trabalhar por pelo menos quatro horas consecutivas. Formalmente, ele deverá cumprir a pena por um ano, mas ela pode ser reduzida para dez meses e meio em caso de bom comportamento, o que é bem provável. No fim das contas, o ex-primeiro-ministro italiano deverá cumprir pouco mais de 20 dias de serviço social, muito pouco diante dos muitos escândalos que protagonizou ao longo da sua trajetória político-empresarial.
Normalmente, pessoas condenadas a prestar serviços comunitários não podem deixar sua região de residência, mas Berlusconi poderá ir a Roma para compromissos políticos todas as semanas, de terça a quinta-feira.
Os advogados do empresário e dono do Milan mostraram-se satisfeitos com a sentença. “Em face da responsabilidade política, o julgamento foi bem balanceado e satisfatório.”
Por conta de seus problemas com a Justiça, Berlusconi perdeu a cadeira no Senado em novembro passado e foi proibido de se candidatar a eleições pelo período de seis anos.
Na segunda-feira (14), o ex-premiê se encontrou com o atual primeiro-ministro Matteo Renzi. De acordo com a imprensa italiana, ambos concordaram em seguir com a cooperação em relação às reformas políticas, como o rebaixamento do Senado a uma câmara não eleita e a adoção de nova lei eleitoral. (Com agências internacionais)
