Efeitos colaterais – As recentes trapalhadas da senadora petista Gleisi Hoffmann causaram seios danos à sua campanha rumo ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense. Candidata do PT ao governo do Paraná, um dos mais importantes estados brasileiros. Gleisi vem acumulando nos últimos meses dividendos políticos negativos, todos decorrentes de escolhas equivocadas e pouco ortodoxas.
O primeiro impacto aconteceu na esteira da decretação da prisão do pedófilo Eduardo Gaievski, ex-prefeito de Realeza e levado por Gleisi à Casa Civil na condição de assessor especial da pasta. Acusado de cometer 28 estupros, sendo 14 deles contra vulneráveis (menores de 14 anos), Gaievski cuidou durante meses dos programas federais para menores e estava escalado para coordenar a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo paranaense. Prestes a ser condenado pela Justiça, Eduardo Gaievski encontra-se preso na penitenciária de Francisco Beltrão e vem ameaçando contar o que sabe sobre a senadora.
O segundo estrago surgiu na esteira da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Durante as investigações, a PF descobriu o envolvimento do deputado federal André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba e acusado de movimentar ilegalmente aproximadamente R$ 10 bilhões. Até a eclosão do escândalo, Vargas era o homem forte do PT no Paraná e estava na coordenação da campanha de Gleisi Hoffmann.
Mesmo após renunciar à vice-presidência da Câmara dos Deputados e sair do Partido dos Trabalhadores, André Vargas tem mandado duros recados à senadora Gleisi. Afirma o ex-petista que não aceitará ser transformado em um “novo Gaievski”, em referência ao pedófilo que assessorou a então ministra. Vargas teria provas contundentes capazes de implodir a campanha da outrora “companheira” de legenda.
Fossem poucos os escândalos, Gleisi Hoffmann recebeu, no Palácio do Planalto, Cláudio Honigaman, representante do Banco Mizuho, investigado no Japão por suas canhestras ligações com a Yakuza, a violenta máfia da terra do sol nascente.
O estrago na campanha de Gleisi é tão grande, que conforme apurou o ucho.info a petista chegaria em terceiro lugar na corrida ao Palácio Iguaçu, caso a eleição fosse hoje. Tal cenário é mais um golpe na cúpula do PT, que até então vinha apostando todas as fichas na vitória da ex-chefe da Casa Civil na disputa de outubro próximo. Além disso, o pífio desempenho de Gleisi Hoffmann entre os eleitores paranaenses complica ainda mais a já difícil situação da presidente Dilma Rousseff, que perde espaço no estado sulista.