Da prisão, líder da oposição afirma que Venezuela está à beira de colapso

leopoldo_lopez_01Boca no trombone – Em carta publicada na última quinta-feira (25) no jornal norte-americano “The Wall Street Journal”, o líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, afirma que o país está “à beira de um colapso econômico e social”. O texto, escrito na prisão militar em que o oposicionista está encarcerado desde fevereiro, pede que países vizinhos, como o Brasil, se envolvam na causa e destaca que “o silêncio os torna cúmplices” do que se passa na Venezuela.

López diz que a atual crise, que inclui desabastecimento de produtos básicos e explosão da inflação e da criminalidade, não está sendo causada pela queda do preço do petróleo, mas por 15 anos de um governo que ele chama de autoritário e hostil aos direitos humanos.

“O caminho da Venezuela rumo à ruína foi pavimentado anos atrás por um movimento que desmantelou os direitos humanos mais básicos e as liberdades em nome de uma visão ilusória de fazer o bem para as massas através de um poder centralizado”, diz López, referindo-se ao período de governo de Hugo Chávez e seu sucessor e atual presidente, Nicolás Maduro.

Leopoldo López está preso

No texto, publicado pelo jornal americano sob o título de “Carta de uma prisão venezuelana”, López faz um histórico das perseguições políticas em seu país sob o comando do Partido Socialista Unido da Venezuela e lembra casos como o da juíza Mary Lourdes Afiuni, que foi presa por tomar decisões que desagradaram o governo.

O líder da oposição diz que o desmantelamento das instituições e as restrições às liberdades eram descritos como “sacrifícios em nome do bem coletivo”, mas que agora o argumento não se sustenta, na medida em que o país passa por uma grave crise econômica e social.

“A comunidade internacional tem um importante papel, principalmente os nossos vizinhos da América Latina”, diz López. “Organizações como a Unasur e o Mercosul devem sair dos bastidores. Países como o Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina precisam se envolver”, conclama o ex-prefeito de Chacao, distrito da capital Caracas.

Nesta sexta-feira (26), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, um crítico frequente dos Estados Unidos, parabenizou os irmãos Castro pela reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos, mas alertou que o embargo econômico imposto à ilha ainda deve durar muito tempo. (Com Rádio France Internationale)

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