Mistério continua – Especialistas em aviação anunciaram na quinta-feira (1°) que o piloto do Airbus A320-200 da AirAsia pode ter optado uma manobra de emergência antes da queda da aeronave. O comandante teria conseguido pousar no Mar de Java, na área onde os destroços do aparelho e corpos foram encontrados.
De acordo com o editor da revista indonésia de aviação Angkasa, Dudi Sudibyo, o transmissor de localização de urgência (ELT) deveria funcionar em caso de impacto, independentemente do tipo de superfície. O mecanismo não teria sido acionado porque o choque não foi suficientemente violento, aponta o especialista. “Isso significa que o piloto conseguiu pousar na água”, garante Sudibyo.
Em entrevista à AFP, o piloto aposentado Chappy Hakim é mais cauteloso ao falar sobre a possibilidade do pouso na água. “As conclusões às quais cheguei até agora é que o avião não explodiu e não foi vítima de um forte impacto, porque, neste caso, os corpos não estariam intactos”, aponta.
Passageiros tentaram sair
Embora ainda não tenha sido retirada do Mar de Java, a aeronave também deve estar intacta, já que, graças à sua sombra, foi identificada e encontrada. Objetos que pareciam ser um tobogã inflável, utilizado em evacuações de urgência, e a porta de uma das saídas de emergência foram encontrados no local onde caiu o avião. Isso significa, para muitos especialistas, que alguns passageiros haviam começado a sair do avião.
O antigo ministro indonésio dos Transportes, Jusman Syafii Djamal, está convencido de que a descoberta da porta da saída de emergência indica que “alguém a abriu”. Para ele, os passageiros podem ter conseguido inflar o colete salva-vidas antes de terem sido atingidos por uma grande onda, já que havia uma tempestade na região e o mar estava revolto. “As ondas podem ter afundado o avião”, acredita Djamal.
Causas do acidente
O Airbus da AirAsia voava a uma altitude de 9,8 mil metros com 162 pessoas a bordo, no último domingo (28), quando o piloto fez o pedido à torre de controle de Surubaya, de onde decolou, para mudar de rota e evitar uma tempestade. Ele foi autorizado a desviar o trajeto do voo, mas não imediatamente, devido ao intenso tráfego aéreo no local. Momentos depois, o QZ8501 não era mais registrado pelos radares.
Alguns especialistas apontaram que o avião caiu porque voava em baixa velocidade quando subiu bruscamente de altitude. Até o momento, a ausência de sinal de socorro do cockpit segue inexplicada.
As causas do acidente só serão estabelecidas quando as caixas-pretas forem encontradas. O material também deve revelar porque o mecanismo de localização submarina da aeronave também não funcionou. (Com RFI)