Efeito colateral – O braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen, também denominado Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), reivindicou nesta quarta-feira (14) o atentado que quase dizimou a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, no dia 7 de janeiro passado.
Em vídeo postado no Youtube, Naser ben Ali al Anasi, membro do AQAP, afirma que o ataque foi ordenado, planejado e financiado pelo líder supremo da organização terrorista, o egípcio Ayman al Zawahiri. De acordo com o vídeo, os irmãos Said e Chérif Kouachi receberam ordem para atacar o semanário parisiense que se notabilizou por charges de Maomé.
A mensagem lida no vídeo afirma que Zawahiri agiu “de acordo com uma vontade póstuma de Osama Bin Laden”, o líder da Al Qaeda morto pelos norte-americanos em maio de 2011. O texto acrescenta que a ação aconteceu “por vingança ao insulto feito ao profeta Maomé”. O vídeo é intitulado “Vingança para o profeta de Alá: mensagem sobre o bendito ataque de Paris”.
Irmãos Kouachi
Durante a fuga no dia do atentado, os irmãos Kouachi tinham reivindicado o ataque em nome da Al Qaeda do Iêmen. Após o ataque, os serviços de inteligência franceses constataram que Said e Chérif tinham recebido treinamento nos campos da rede terrorista no país árabe. Said, o irmão mais novo, esteve no Iêmen em 2011, ocasião em que aprendeu o manuseio de armas.
A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) informou ao governo francês que os Kouachi haviam sido treinados por terroristas iemenitas, mas as autoridades do país europeu não deram a atenção devida aos protagonistas do atentado ocorrido em Paris.
Na última sexta-feira (9), um líder religioso da AQAP, Harith al Nadhari, ameaçou a França com novos ataques. “Vocês não estarão seguros enquanto combaterem Alá, seu mensageiro e os fiéis muçulmanos”, destaca a mensagem.
Atualmente, o grupo armado iemenita é dirigido por Nasser al Ouhaichi, número dois de Zawahiri, na hierarquia global da Al Qaeda. (Com informações da RFI)