Fio trocado – Sabem os leitores que o UCHO.INFO é um ferrenho defensor dos direitos humanos, ao mesmo tempo em que defende de forma incisiva o fiel cumprimento das leis. De igual modo sabem também os leitores que no âmbito dos direitos humanos o site é radicalmente contra a pena de morte, independentemente do crime cometido pelo condenado.
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, será executado no próximo domingo (18) na Indonésia (horário local), onde foi preso, julgado e condenado por tráfico de drogas. Marco Archer tentou entrar no país asiático com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. Após fugir do Aeroporto Internacional de Jakarta, o instrutor de voo acabou preso pela polícia indonésia.
Nesta sexta-feira (16), a petista Dilma Rousseff telefonou para o presidente da Indonésia, Joko Widodo, na tentativa de tirar o brasileiro do corredor da morte, mas sua incursão fracasso. Widodo disse compreender os motivos alegados no pedido feito por Dilma, mas disse que o processo contra Archer transcorreu de acordo com o que determina a legislação da Indonésia, sem ferir o direito à ampla defesa do acusado. Em suma, Joko Widodo confirmou que o brasileiro será executado por um pelotão dentro de dois dias. O Estado indonésio pune com pena de morte o tráfico de drogas, tema que conta com maciça aprovação da população local.
Diante da recusa de Widodo, a presidente Dilma Rousseff declarou que a decisão da Indonésia de levar adiante a execução abalará sobremaneira a relação entre os dois países. Marco Archer deveria ter pesquisado a legislação indonésia antes de se aventurar como traficante internacional de drogas. Como já destacado acima, o UCHO.INFO é contra a pena de morte, mas a pena capital faz parte da legislação vigente na Indonésia.
Que o governo petista de Dilma Vana Rousseff é uma ode ao escândalo todos sabem, mas é inadmissível que a relação entre duas nações seja comprometida pelo comportamento criminoso de alguém que apostou na impunidade e desdenhou a legislação de outro país. A pena de morte para o crime de tráfico de drogas já estava em vigor na Indonésia quando Marco Archer foi preso.
No momento em que pediu a Joko Widodo para que tirasse o brasileiro do corredor da morte, a presidente Dilma imaginou que poderia ingerir em assuntos da Indonésia, o que é inaceitável. Quando dissidentes cubanos fizeram greve de fome por conta do regime autoritário, truculento e criminoso comandado pelos irmãos Castro, inclusive com alguns oposicionistas internados em estado grave, a presidente Dilma, que na ocasião visitava Havana, disse que não falaria sobre o tema com Fidel porque o Brasil não interfere em assuntos internos de outros países.
Ora, se Dilma não interfere nos assuntos do governo cubano, da mesma forma não pode querer interferir nas decisões do Estado indonésio. Alguém há de dizer que no caso de Marco Archer trata-se de uma condenação à morte, mas na ilha caribenha centenas de adversários do regime castrista foram mortos a mando dos facinorosos Raúl e Fidel.
Considerando que a presidente brasileira crê que as relações com a Indonésia sofrerão aranhões por causa do não recuo de Joko Widodo, que Dilma aproveite a ida à Bolívia, onde participará da cerimônia de posse de Evo Morales, para pedir ao colega boliviano que faça algo para combater a produção de pasta-base de cocaína, que atualmente está em 300 toneladas anuais. Assim, outros incautos como Marco Archer não enveredarão no caminho do tráfico de drogas. Sem contar a covarde dizimação da juventude brasileira no rastro do consumo de cocaína e crack.
A maior parte da produção de pasta-base de cocaína em território boliviano é enviada ao Brasil, o maior consumidor da droga no planeta. Fora isso, os traficantes internacionais usam o Brasil como via de passagem para o envio da droga para outros países.