Opiniões divergentes – A chanceler alemã Angela Merkel reúne-se nesta segunda-feira (9), em Washington, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encontro cuja pauta deve ser dominada pelo conflito no leste da Ucrânia.
Merkel deve reiterar sua oposição à proposta dos EUA de armar os militares ucranianos contra os separatistas pró-Rússia. “Estou convencida de que esse conflito não será resolvido pela via militar”, disse a chefe de governo alemão na Conferência de Segurança de Munique, no último final de semana.
A visita da chanceler alemã acontece dois dias antes de uma reunião de cúpula marcada para quarta-feira (11) em Minsk, capital de Belarus, em que será discutido novo plano de paz defendido por Merkel e pelo presidente francês, François Hollande. Ambos anunciaram o encontro após reunirem-se com líderes da Ucrânia e com o presidente russo, Vladimir Putin, na última semana.
Em Minsk, Merkel e Hollande sentarão à mesa com Putin e com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, na tentativa de reavivar um plano de paz acordado em setembro e que foi repetidamente violado. Os EUA não participarão da rodada de negociações.
Assim como Angela Merkel, o presidente da França também se opõe ao fornecimento de armas a Kiev. Eles insistem que a diplomacia é a única maneira de pôr fim ao conflito, que já deixou mais de 5,3 mil mortos.
Segundo a Casa Branca, Obama, que inicialmente rejeitou o envio de armamento, está agora considerando essa possibilidade. Críticos afirmam que o fornecimento de armas poderia reavivar uma divisão entre Washington e Moscou nos moldes da Guerra Fria.
“Continuaremos dando assistência à Ucrânia, não para incentivar a guerra, mas para permitir que o país se defenda”, disse o vice-presidente americano, Joe Biden, na Conferência de Munique. Os EUA e a OTAN afirmam que os separatistas do leste da Ucrânia estão sendo armados pela Rússia, que também teria tropas lutando em território ucraniano.
Depois do encontro com Obama, Angela Merkel viajará ao Canadá no fim desta segunda-feira, onde se reunirá com o primeiro-ministro Stephen Harper. A viagem à América do Norte havia sido planejada para preparar o terreno para a presidência alemã do G7. (Com agências internacionais)