Dólar tem alta após demissão de ministro e avanço da tensão política e da crise institucional

dolar_50Subindo a ladeira – Após breve alívio nos ativos locais, na quarta-feira (18), diante da sinalização do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, de que os juros nos Estados Unidos podem não sofrer elevação no primeiro semestre, o dólar voltou a ter alta na manhã desta quinta-feira (19) e chegou a ser cotado em R$ 3,30, indicando que a crise política enfrentada pelo governo Dilma Rousseff continua trazendo mau humor nos negócios.

Às 13 horas, o dólar comercial era negociado por R$ 3,293, alta de 2,43%. Na máxima do dia, a moeda americana subiu 2,71% e era cotada a R$ 3,302, o maior patamar desde abril de 2003.

Demissão e crise

Na quarta-feira, o PMDB, maior aliado da administração petista, ameaçou abandonar a base do governo e culminou com o pedido de demissão do ministro depois do bate-boca do ministro da Educação, Cid Gomes, com parlamentares da Câmara dos Deputados, especialmente com seu presidente, Eduardo Cunha. Gomes acabou pedindo demissão.

Após o imbróglio, o PMDB aceitou o apelo do palácio do planalto e liderou um acordo para adiar a votação do projeto que estende a política de valorização do salário mínimo para o regime geral da Previdência. À noite, Michel Temer, vice-presidente da República, pregou o diálogo e disse que não descarta uma reforma ministerial, o que foi descartado pela presidente Dilma.

Há informações que investidores locais estão acompanhando de perto o encontro do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, com representantes da Fitch, que ontem se encontraram com Joaquim Levy, ministro da Fazenda.

É nítido no mercado o temor de um iminente rebaixamento da nota de crédito do país. No entanto, o governo estaria mais confiante agora de que conseguirá convencer a agência de que conduzirá o ajuste fiscal necessário e cumprirá a meta de superávit primário de 1,2% para este ano.

Enquanto isso, no exterior, os mercados ainda estão digerindo dados dos EUA divulgados há pouco. As bolsas de Nova York têm realização depois de subirem ontem e as bolsas europeias até subiram mais cedo repercutindo o Fed. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego subiram 291 mil, de previsão de 292 mil. O déficit em conta corrente subiu para US$ 113,45 bilhões no quarto trimestre, de previsão de déficit de US$ 103,2 bilhões.

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