Laços de família – Na terça-feira (24), a CPI da Petrobras, que funciona na Câmara dos Deputados, se reunirá para votar diversos requerimentos. A maioria é de pedidos de convocação, cujos alvos são o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu de Oliveira e Silva, o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.
Integrante do colegiado, a deputada Eliziane Gama (MA) também apresentou pedidos para ouvir Mário Frederico Mendonça Góes, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, a ex-gerente executiva da Área de Abastecimento da estatal, Venina Velosa Fonseca e Shinko Nakandakari, que também é investigado por suposto envolvido como o esquema de desvio de dinheiro desvendado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Para a deputada do PPS, exigir a prestação de esclarecimentos por parte destas pessoas é essencial para os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.
“Na medida em que avançam as investigações do ministério público, com o surgimento de novos fatos e a descoberta de envolvimento de pessoas, inclusive, algumas que não são tão novas assim no campo da corrupção, a CPI precisa mostrar ao Brasil que está também buscando esclarecer os fatos e promover, a posteriori, as devidas alterações na lei para diminuir as brechas para a corrupção nas instituições que virou uma endemia”, justificou Eliziane Gama.
Situação complicada
Nas duas últimas semanas a situação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do ex-ministro José Dirceu complicou-se ainda mais. Vaccari foi denunciado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro e corrupção. Fora isso, ele é apontado nas delações concedidas à Justiça e no depoimento dado pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, na CPI da Petrobras, como recebedor de parte do dinheiro desviado da petrolífera nacional.
Já José Dirceu recebeu R$ 2,5 milhões da Engevix Engenharia – empresa que intermediava propinas da empreiteira na Diretoria de Serviços da Petrobrás. O caso é investigado também pelo MPF.
A questão envolvendo Dirceu e a Engevix não é novidade para os leitores do UCHO.INFO, que na edição de 11 de novembro de 2014 alertou para o suposto relacionamento da empreiteira com Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil,que com o mensaleiro condenado constituiu, em Brasília uma espécie de joint venture do lobby. Fora isso, nesse imbróglio pode surgir o nome de Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia e homem de confiança do ex-senador José Sarney, o maranhense que nos últimos anos elegeu-se pelo PMDVB do Amapá.