Parafuso solto – Quando o UCHO.INFO afirma que CPIs servem para nada, muitos políticos se revoltam. Ringue político no qual políticos se engalfinham para mostrar à opinião pública algo mentiroso, Comissões Parlamentares de Inquérito custam caro e produzem resultados questionáveis, respeitadas as raríssimas exceções.
Para provar nossa tese, o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), anunciou nesta quarta-feira (20) que pedirá a exumação do corpo de José Janene, o “Xeique do Mensalão do PT”, responsável por criar, com a anuência do então presidente Luiz Inácio da Silva, o esquema de corrupção que culminou com a Operação Lava-Jato.
O presidente da CPI da Petrobras tem recebido informações sobre a possibilidade de Janene não ter morrido em 2010 e estar vivendo clandestinamente na América Central. A decisão de Hugo Motta de requerer a exumação do corpo do ex-parlamentar, que faleceu em decorrência de grave cardiopatia, surgiu a partir de relato da viúva de Janene, que alega não ter visto o corpo do marido antes do sepultamento. Isso porque o caixão fúnebre estava lacrado no velório.
É nula a possibilidade de José Janene estar vivo, já que o ex-parlamentar sofreu um grave acidente vascular-cerebral antes de morrer e ficou durante meses na fila de transplante do coração. For a isso, o criador do Petrolão passou longo período entrevado em cadeira de rodas.
A grande questão envolvendo José Janene está não apenas na sua responsabilidade por criar o esquema criminoso que derreteu os cofres da Petrobras, mas também e principalmente na enorme quantidade de dinheiro sujo deixado pelo ex-líder do PP, assunto que nos bastidores alimenta uma queda de braços rasteira, típica de filme de mafiosos. Fora isso, a notícia de que Janene pode estar vivo serve para minimizar a situação de muitos investigados na Operação Lava-Jato.
A corrupção campeia pelo país afora, mas nenhum parlamentar se digna a propor algo para combater essa chaga que vem corroendo a dignidade da população. Querer ressuscitar Janene é casuísmo barato, não sem antes ser irresponsabilidade de quem cai em uma esparrela tão chicaneira.