Petrolão: audiência na Câmara dos Deputados discute retomada de atividade de estaleiros

corrupcao_19Cautela necessária – Uma audiência pública para debater as medidas necessárias para a retomada das atividades dos cinco estaleiros que têm contrato com a Sete Brasil será realizada na quinta-feira (11) na Câmara dos Deputados. Foram convidados os presidentes da Petrobras, da Sete Brasil, do Sindicato da Indústria da Construção e Reparo Naval (Sinaval), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro).

A audiência será realizada pela Subcomissão dos Impactos da Lava-Jato, no âmbito da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), que tem como objetivo final propor mudanças na legislação para dar segurança jurídica à retomada de investimentos na indústria civil brasileira.

Entre as propostas em análise, estão mudanças nas regras do acordo de leniência previstas na Lei Anticorrupção (12.846/13), bem como a criação de mecanismos que – em casos específicos – obriguem os empresários envolvidos em corrupção a vender suas ações e sair do quadro societário das empresas, para que elas retomem a idoneidade e recuperem mercado.

“A realidade hoje deixa claro que não podemos permitir que para punir meia dúzia de empresários corruptos tenhamos que gerar desemprego em massa e perda de investimentos. Na Bahia estão 6,7 mil dos 11 mil desempregados que perderam seus postos de trabalho em todo o país por conta da crise com as empreiteiras e com a Sete Brasil”, desta o deputado Jorge Solla (PT-BA), presidente da Subcomissão.

Ele destaca que desde o início do ano, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (consórcio entre Odebrecht, OAS e UTC), no Recôncavo Baiano, virou um “elefante branco de U$ 2,5 bilhões”, valor investido na construção do equipamento. Com graves problemas, a Sete Brasil suspendeu o pagamento ao estaleiro pelas encomendas de seis navios-sonda. Sem credibilidade no mercado internacional (devido às investigações e possível cadastro entre empresas inidôneas) e sem capacidade de captar financiamento, o estaleiro parou.

Para o UCHO.INFO, pessoas jurídicas não praticam corrupção, mas, sim, pessoas físicas, as quais deve ser punidas com o rigor previsto nas leis vigentes. Isso significa que, acima de tudo, as empresas devem ser preservadas para garantir a manutenção de milhares de empregos.

Fora isso, o Brasil, paralisado em termos de infraestrutura e atolado em grave crise econômica, não pode, a essa altura, abrir mão das grandes empreiteiras, em especial, há muito comandando um cartel do setor que culminou com o maior escândalo de corrupção da história da humanidade e que sangrou as finanças da mais importante empresa nacional.

apoio_04