Integrante da comitiva chapa branca que foi à Venezuela, Requião fez negócios nebulosos com Chávez

roberto_requiao_11Relação bisonha – O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que não conseguiu sequer fingir ser solidário com seus pares hostilizados na Venezuela, foi um dos idealizadores da missão “chapa branca” que está na Venezuela para desagravar e bajular o tiranete Nicolás Maduro, é antigo aliado do chavismo. Essa aliança não se limita a afinidade ideológica, mas avança pelo campo dos negócios.

O senador peemedebista que chegou à Venezuela agredindo seus colegas do Senado com os costumeiros perdigotos retóricos – “Nós não viemos aqui dar apoio político a grupos. Nós não somos black blocs para influir no processo eleitoral venezuelano” – tem muito a explicar.

Requião já teve o seu nome envolvido em uma vertente bolivariana nas investigações da Operação Lava-Jato. Aldo Vendramin, dono da Consilux, empresa que se dedica à exploração de radares de trânsito, afirma que foi levado pelo senador (quando ainda era governador do Paraná) até Hugo Chávez, então presidente da Venezuela, onde conseguiu contratos para construção de casas populares.

As declarações de Vendramin foram dadas durante entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, quando o empresário tentava explicar o aparecimento do nome da Consilux em investigação da Lava-Jato, na questão relativa a contratos de consultoria do deputado cassado e mensaleiro condenado José Dirceu de Oliveira e Silva.

Ao tabloide paulistano, Vendramin explicou como as conexões de Requião com Hugo Chávez, de quem era seguidor político, resultou em empreendimentos comerciais que hoje estão despertando o interesse da Justiça brasileira. “Em 2005, o [então governador do Paraná, Roberto] Requião levou uma comitiva de empresários para Caracas. Foi quando a gente viu a oportunidade de entrar no ramo de casas populares”, disse Vendramin.

O jornalista estranhou o fato de uma empresa de tecnologia de trânsito passar a operar no setor habitacional na Venezuela. Conta o empresário que Requião foi mais importante que José Dirceu para estabelecer laços comerciais na Venezuela. “Vimos à oportunidade de diversificar e entramos bem no mercado venezuelano de habitação. Conseguimos depois dessa essa viagem com o Requião. O Dirceu não teve nada a ver com a nossa entrada lá. Só nos atendeu muito depois, a partir do final de 2011”.

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